Gestão educacional

Nem metade da população brasileira completa o ensino médio

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Mais da metade dos brasileiros (52%) com idade entre 25 e 64 anos não tem diploma do ensino médio. A informação está na versão 2018 do estudo Um Olhar sobre a Educação, divulgado na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A pesquisa considera as 36 economias da OCDE, a maioria desenvolvidas, e dez países parceiros da organização, incluindo o Brasil.

Conforme análise, o menor nível de escolaridade tende a ser associado à desigualdade de renda. Para o Brasil, faz sentido: depois do país, só a Costa Rica tem maior nível de desigualdade de renda. O índice de pessoas sem o ensino médio no Brasil é mais do que o dobro da média da OCDE.

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Aqueles que não completam a formação não enfrentam só dificuldades no mercado de trabalho, segundo o relatório. Também têm, em média, competências cognitivas (memória, habilidades motoras, atenção etc) inferiores aos das pessoas que a possuem.

Durante a divulgação do estudo, em Paris, sede da entidade, o secretário-geral da OCDE defendeu que as pessoas tenham a mesma oportunidade de crescer, desenvolver e contribuir plenamente com a sociedade. “Temos a responsabilidade de garantir que as circunstâncias pessoais ou sociais não impeçam os alunos de realizar tal potencial. Esta deve ser a promessa da educação para todos ”, disse Angel Gurría.

Outros dados brasileiros

O Brasil enfrenta “desigualdades regionais significativas” em relação ao ensino superior, apontou reportagem da BBC News. No Distrito Federal, 33% dos jovens adultos chegam à universidade. No Maranhão, o Estado com o menor PIB per capita, esse número é de apenas 8%.

Enquanto a média de jovens adultos (entre 24 e 34 anos) que atingem o ensino superior na OCDE é de 44%, no Brasil esse índice cai para 17%. É bem melhor, claro, que os 10% de 2007. “Mas ainda é uma das taxas mais baixas entre a OCDE e países parceiros, e está abaixo de todos os outros países da América Latina com dados disponíveis”, descreve o estudo, citando a Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.

Recentemente, um levantamento inédito do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) mostrou que apenas 4 em cada 10 alunos brasileiros da rede pública esperam concluir o ensino superior convencional; na rede pública, o índice salta de 7 em cada 10.

Segundo a OCDE, apesar do Brasil investir uma fatia importante de seu PIB (5%) na educação, os gastos por aluno, sobretudo no ensino básico, são baixos. O investimento médio por estudante é de US$ 3,8 mil por ano. Menos da metade dos países da OCDE.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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