A educação diferenciada e personalizada tem sido um dos grandes trunfos da área nos últimos tempos, principalmente no que diz respeito ao ensino superior e ao ensino a distância. Esse método, que procura focar no tempo de aprendizado e nas individualidades de cada aluno, pode provocar sentimentos conflitantes nos professores ou tutores: admiração e receio. O primeiro, por ser naturalmente uma nova quebra paradigma na educação, capaz de empoderar o estudante e fazê-lo protagonista do próprio aprendizado. O segundo vem em forma de pergunta: como implementar educação diferenciada em uma turma extremamente heterogênea? Considerando esses fatores, o site Edudemic publicou um artigo para dizer que, é verdade, a educação diferenciada tem seus desafios, mas, quando bem utilizada, funciona, sim. Eis os motivos:
O sucesso do material não é unânime
Uma turma heterogênea apresenta estudantes com diversos níveis de aprendizado prévio, além de diferentes contextos e histórias de vida. Será que o mesmo material terá impacto semelhante no aprendizado de todos eles? Utilizar textos e formas de expor conteúdos iguais para todos os alunos faz com que o tutor perca muito mais tempo tentando nivelá-los e auxiliando os estudantes que encontram dificuldade com aquele material específico. Os alunos que apresentam menor dificuldade para determinado tema, por sua vez, podem acabar sendo deixados de lado. Ou seja, por si só, as diferentes formas de manifestação da inteligência humana e a experiência prévia dos alunos acabam justificando uma escolha mais flexível na hora de transmitir o conteúdo.
O engajamento é importante
Embora tenha uma tendência fortemente individualizante, no sentido de respeitar o tempo e a realidade de cada estudante, a educação diferenciada necessita também de sua parcela de socialização, para que se mantenha o entusiasmo de tutor e alunos. Houve um tempo em que a personalização da educação podia se dar por níveis, oferecendo material simplificado para alunos menos avançados. Esse tipo de nivelamento não é nada recomendado na educação diferenciada, que customiza o aprendizado, mas não discrimina. É necessário que professores e alunos sintam-se constantemente desafiados e que não haja segregação entre o estudante e seus pares. Se isso ocorrer, o engajamento do aluno com sua educação pode ser prejudicado.
A tecnologia é essencial
Talvez justo por isso o ensino a distância esteja um passo à frente no quesito educação diferenciada: a tecnologia é uma ferramenta muito eficaz para customizar o ensino. Instrumentos como plataformas adaptativas, que oferecem exercícios e reforço no conteúdo mais necessário para cada aluno, são amplamente utilizadas na EAD e migram agora para a educação híbrida, facilitando a personalização do ensino presencial.
Algumas atitudes podem facilitar a introdução de métodos da educação diferenciada em uma turma de alunos. As tarefas individuais são uma ótima porta de entrada para isso. Quando os alunos forem convidados para escrever um texto ou realizar uma pesquisa, por exemplo, ofereça a chance para que cada um escolha seu próprio tema, em vez de determinar um assunto que valha para todos. Outra ideia é sugerir aos alunos que eles mesmos definam um estilo de tarefa para um determinado conteúdo. Serão feitos trabalhos teóricos com revisão de literatura? Quem sabe uma resenha crítica? Ou será que a temática comporta uma produção prática com a redação de um diário em que são descritos os processos de trabalho? As possibilidades são infinitas. Deixe o estudante livre para refletir sobre elas.
Um método que também é bastante utilizado para personalizar o aprendizado é o processo de escalonar tarefas, que cria degraus de aprendizado para que todos os alunos cheguem ao topo a seu próprio tempo. Por fim, também é parte da educação diferenciada a inclusão de pessoas com deficiência e a utilização de ferramentas específicas para a integração desses alunos.
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