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Maior plataforma educacional do Brasil, a +A Educação chega aos 50 anos com uma grande novidade: suas soluções inovadoras, que já beneficiaram mais de 3,5 milhões de estudantes e 500 instituições de ensino superior (IES) do País, vão ganhar a América Latina.

O marco zero dessa expansão foi o Edu-Explore LATAM 2023. Realizado entre 12 e 14 de setembro, em parceria com a CognosOnLine, o encontro reuniu em Porto Alegre 50 reitores e mantenedores de algumas das principais universidades latino-americanas.

“Promovemos esse evento com três objetivos: mostrar o que o Brasil já construiu e como se tornou referência na área, aprender com esses países e expandir a educação de qualidade. Ocupamos um espaço relevante nesse ecossistema e acredito que podemos levar nossa experiência para toda a América Latina”, resumiu o CEO da plataforma, Luiz Trivelato.

Celso Kiperman lembrou a trajetória da empresa fundada em 1973 por seu pai, Henrique Leão Kiperman, na abertura do Edu-Explore LATAM. Crédito: Nataly Motta.

Imersão tecnológica

Na quarta-feira (12), o grupo fez uma verdadeira imersão na sede da +A Educação, conhecendo alguns de seus serviços, como simuladores de realidade aumentada e laboratórios virtuais. Ao saudar o público, o executive charmain Celso Kiperman lembrou a trajetória da empresa fundada em 1973 por seu pai, Henrique Leão Kiperman, primeiro como livraria e editora, até chegar ao estágio atual.

“Quando decidimos fazer alianças estratégicas com as IES, não queríamos nos submeter a fornecedores internacionais, que podiam ser bons, mas pensavam em uma realidade que não era bem a nossa. O fato de conseguirmos oferecer uma solução de ponta mais adequada ao estudante brasileiro é muito gratificante, e ainda mais se pudermos compartilhá-la com outros países da região”, afirmou.

Representando o Gabinete de Inovação do município, a procuradora Eleonora Serralta destacou a importância da iniciativa e como ela dialoga com o atual momento da capital gaúcha. “Nos últimos anos, Porto Alegre tem demonstrado um compromisso com a inovação. É um sistema vibrante e diverso, composto por parques tecnológicos, universidades, centros de pesquisa e empresas incubadoras e aceleradoras. Como um grande player da América Latina, a +A Educação tem um papel relevante nessa transformação”.

Edu-Explore LATAM reuniu reitores e mantenedores de 50 IES da América Latina. Crédito: Nataly Motta.

Empregabilidade, IA e outras tendências

Em um evento como o Edu-Explore LATAM 2023, não há como fugir do debate sobre as perspectivas do ensino frente às mudanças impostas pela tecnologia. Quem abordou o tema foi o CEO da Faculdade Multiversa e presidente da Neoperspectiva Consultoria Educacional, Ryon Braga, que fez um alerta: diante do boom da educação a distância (EaD), as IES que não oferecerem um produto diferenciado correm o risco de ficar para trás.

“O mercado cresceu muito, e o ticket médio caiu. Ao mesmo tempo que temos mais inclusão social, hoje também há um número de vagas disponíveis que é quatro, cinco vezes maior que o de estudantes interessados em cursar uma graduação”, observou.

Ryon Braga falou sobre as tendências educacionais no Edu-Explore LATAM. Crédito: CognosOnline.

Segundo ele, o futuro da educação será “totalmente híbrido”, com a aplicação de diversas metodologias ativas e um currículo desenhado com base em competências. “Há atividades que podem muito bem ser feitas de forma assíncrona. Se o professor ficar apenas falando, sem espaço para o aluno se manifestar, uma aula gravada funciona da mesma forma. E o presencial será importante para atividades práticas e networking.”

O educador também defendeu a integração plena da universidade com indústria, governo e terceiro setor como forma de atender às demandas da sociedade. “A IES precisa garantir a empregabilidade do egresso. Esse é um fator que define a competitividade”, sinalizou. Nesse cenário, graduações dentro de polos industriais são uma tendência que deve crescer: “Um curso de Farmácia na indústria farmacêutica ou de Nutrição ou Engenharia de Alimentos em um frigorífico ajudam a deixar o aluno mais próximo da realidade do mercado”.

Em relação à “temível” inteligência artificial (IA), Braga acredita que ela responderá toda e qualquer dúvida dos alunos, que nesse caso não precisarão dos professores. Por outro lado, ponderou, na questão da curadoria, será apenas uma ferramenta de apoio.

Participantes do Edu-Explore LATAM puderam explorar tecnologias imersivas, como realidade aumentada. Crédito: Nataly Motta.

O diferencial da pós-graduação

Os visitantes também puderam conhecer cases de parceiros da +A Educação na pós-graduação, como PUC-Rio e PUCPR – duas das melhores universidades privadas do Brasil –, em apresentação conduzida por Stephan Younes, diretor de Projetos Premium da plataforma. Segundo ele, diante das mudanças do mercado, essa é uma receita importante para manter a sustentabilidade das instituições.

“Ao contrário do que ocorre na graduação, o mercado de pós tem um ticket de alto valor agregado, alto NPS (net promoter score, que mede a satisfação dos clientes), muito uso de tecnologia e os melhores professores do Brasil e do mundo”, argumentou.

Para isso, cada instituição adota um modelo que se adequa melhor ao seu perfil. A PUC-Rio, por exemplo, conta com os chamados community managers, pessoas que cuidam do aluno do início ao fim da jornada, de forma a evitar que eles abandonem as aulas. Conforme o diretor da +A Educação, essa é uma maneira de proporcionar “um olho no olho, uma interação humana na EaD”.

Na PUCPR, o principal motivo de sucesso é a oferta de cursos ministrados com a chancela de nomes como o autor best-seller dinamarquês Martin Lindstrom ou o historiador israelense Yuval Harari. “É o que chamamos de ‘quando Hollywood encontra Harvard’”, brincou Younes. “Essas global minds são um grande atrativo para os estudantes. Mas todos os cursos contam com professores locais, para atender os alunos quando precisam.”

O evento ainda contou com uma detalhada apresentação sobre metodologia de criação e curadoria de conteúdos da +A Educação, conduzida pela gerente acadêmica Daiana Rocha. No dia de encerramento do Edu-Explore LATAM, os gestores educacionais visitaram o Instituto Caldeira, hub de inovação compartilhado por mais de 450 organizações, e a Universidade Feevale, IES de Novo Hamburgo que firmou parceria com a plataforma em março deste ano.

Daiana Rocha e Hector Escobar no Edu-Explore LATAM. Crédito: Nataly Motta.

Potencial de mercado

Consultor com vasta experiência internacional sobre o mercado educacional da América Latina, Hector Escobar destaca o potencial de conexões que o evento proporcionou. “O que vimos aqui é que há uma alta demanda por soluções híbridas, e nesse âmbito não há uma empresa com a diversidade de alternativas que temos na +A Educação. Há a questão do idioma, claro, mas para isso contamos com o uso de IA e a revisão técnica dos nossos parceiros da CognosOnLine”, disse.

O pensamento é similar ao da gerente de marketing e vendas da plataforma, Daniela Hauser. “Temos um grande desafio ao expandir nosso território, que é explorar um mercado muito diferente, mas extremamente promissor. Estreitando nossas relações com parceiros da América Latina podemos aperfeiçoar nossas soluções e adaptá-las para outras realidades. Isso nos ajuda a evoluir e, ao mesmo tempo, cumprir a nossa missão: impactar a vida de mais e mais estudantes.”

Desafios da educação (e da tecnologia)

Participantes posam para foto ao final do dia do Edu-Explore LATAM. Crédito: Nataly Motta.

Confira as impressões de alguns dos participantes do Edu-Explore LATAM 2023:


“Acredito que tanto a América do Sul quanto a Central estão dando grandes passos em relação à tecnologia. Ainda há desafios por resolver, como a conectividade e o acesso aos dispositivos. Temos muito o que melhorar em infraestrutura e inclusão. Mas vejo que há bastante interesse dos estudantes em uma educação de qualidade e acessível, e é isso que precisamos oferecer.”

César Alexander Hernández, vice-reitor da Universidad Da Vinci de Guatemala

 

“O que percebo hoje, falando com alguns clientes (de países latinos-americanos), é uma diferença grande em comparação com o que vimos no Brasil. O mercado aqui é muito mais dinâmico, há mais flexibilidade e oferta de programas de graduação e pós-graduação em diferentes formatos – que talvez no Chile até agora estejam explorando, na Colômbia, no Peru… No resto da América Latina há um certo atraso em relação a isso.”

Julio Monroy, diretor de desenvolvimento de conteúdo para a América Latina da CognosOnline

 

“A pandemia colaborou muito para a inserção de novas tecnologias, e o Chile é um país que está bastante avançado em relação a isso. No entanto, o Brasil, com quase 9 milhões de estudantes em educação superior, tem uma maior possibilidade de expandir e de implantar novas ideias. O que conhecemos aqui na +A Educação é extremamente pioneiro.”

Anamari Martínez Elortegui, reitora do Instituto Profesional de Chile

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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