Na última década o modelo de educação tradicional ganhou novos aliados na busca por uma metodologia mais atrativa de ensino. Como o uso de abordagens mais modernas com foco no aprendizado consciente, intuitivo e criativo.
O design thinking é uma dessas abordagens que visam encontrar soluções para problemas propostos dentro de sala de aula de uma maneira estruturada de aprendizagem. Ele inclui professores e alunos de forma colaborativa, investigativa e desenvolvendo empatia.
O termo design thinking ganhou uma forte apropriação e popularização em nomes como David Kelley e Tim Brown. Kelley, professor da Universidade de Stanford, é fundador da consultoria de inovação IDEO e Brown ocupou o cargo de CEO da organização até o final de 2019, hoje atua como Executive Chair.
Leia mais: Conheça a metodologia que estimula o conhecimento de um jeito simples e informal
No ano de 2009, Brown publicou a obra Change by Design, um livro que rapidamente se tornou best seller e chegou ao Brasil com o título de Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias.
Desde então o ambiente corporativo tem adotado abordagens como o design thinking para criação de novos produtos e serviços. Entretanto, devido a sua grande versatilidade, a abordagem pode facilmente se adaptar a novos modelos de aplicação, em diferentes ambientes e formatos.
Portanto, o design thinking é uma abordagem que reúne o ponto de vista humano com elementos de tecnologia, mas de baixo custo, para enfrentar uma extensa gama de desafios. Isso inclui a utilização de ferramentas de criativas mesmo para quem não possui qualquer conhecimento em design ou afins.
Para a IDEO, o design thinking é uma maneira de resolver problemas através da criatividade. Sendo assim, também é possível utilizar a abordagem dentro de sala de aula.
Leia mais: Criatividade em sala de aula: saiba como preparar o profissional do futuro
Design Thinking na educação
Como forma de criar soluções criativas para atividades escolares, a IDEO elaborou um material específico para educadores, com o objetivo de incentivar práticas colaborativas para os desafios em sala de aula. No Brasil, com apoio de algumas organizações, o material foi traduzido e adaptado e agora conta também com uma versão em português.
O processo de cocriação é um dos principais elementos do design thinking para os educadores, por isso, a organização elaborou cinco etapas para o desenvolvimento saudável da abordagem. Vale lembrar que cada etapa pode ser inserida de forma independente. São elas:
Aluno e professor
Para que você aplicar o design thinking em sala de aula é preciso compreender o papel de cada um no momento das atividades. O modelo de ensino tradicional, precisa ser repensado para que haja um equilíbrio entre emissor e receptor, uma vez que a principal característica dessa nova abordagem é a colaboração.
Porém, outra característica bastante peculiar é permitir a organização dos próprios pensamentos antes de colocá-los em prática e/ou compartilhá-los com os demais membros participantes.
Por isso é importante destacar que os dois principais objetivos da abordagem é realizar atividades colaborativas onde todos são convidados a participar e conseguir visualizar o próprio conhecimento.
Leia mais: Cultura maker: o que é e como aplicá-la na sala de aula
Os professores
Os professores têm uma grande oportunidade com o design thinking, não apenas para aplicação em sala de aula, mas também para o planejamento das aulas e a idealização da própria carreira. Eles podem tornar a exposição do conteúdo muito mais divertida e interessante.
O docente deve incentivar a colaboração dos alunos em grupos para discutir determinados temas e chegar à solução de problemas. Além de aproveitar da abordagem para compreender e desenvolver métodos de avaliação e mensuração de resultados, por exemplo.
Os alunos
Os alunos também são muito beneficiados com a aplicação do design thinking em sala de aula, principalmente com a oportunidade de absorver o conteúdo de uma forma muito mais atraente. Uma grande vantagem é que além de aprender pela abordagem, ele também aprenderá a dominar o método para aplicá-lo em outras situações no decorrer da vida.
Além disso, a abordagem em sala de aula dá mais voz ao aluno, que passa de receptor para transmissor da mensagem. Ele poderá desenvolver o senso crítico, autoconhecimento, habilidades de comunicação e empatia. Tudo se relaciona na análise do problema, comentários e pontos de vista, bem como as dificuldades encontradas.
Como cada aluno carrega consigo uma bagagem diferente até aquele momento, alguns demonstrarão maior facilidade e adaptação para alguns desafios, enquanto outros aprenderão, até que os papéis se invertam.
Leia mais: Como os professores aprendem as competências que precisam ensinar
Os gestores
Gestores da educação também podem tirar proveito da abordagem. Seja para o planejamento anual de recursos ou ma realização de atividades na escola.
Como o design thinking possui uma grande possibilidade de aplicação, o gestor também pode utilizá-lo para promover treinamentos e capacitação para os professores. Inclusive quando há a intenção de aplicar um novo modelo de ensino na escola.
Leia mais: Por que se fala tanto de competências para a educação?
Comments