Gestão educacional

A criatividade que supera a tecnologia; a tecnologia que impulsiona a educação

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O conceito de educação está sempre atrelado ao de desenvolvimento, seja ele pessoal ou profissional. Diante dos avanços tecnológicos cada vez mais eficientes – e rápidos -, a educação se torna ainda mais indispensável. E é exatamente o que conclui uma recente pesquisa da Universidade de Oxford sobre profissões ameaçadas pela tecnologia.

Carl Benedikt Frey, do Departamento de Filosofia, e Michael A. Osborne, do Departamento de Engenharia, analisaram 702 profissões que podem perder vagas para a tecnologia. Para o estudo, foi aplicada uma fórmula que levava em conta o quanto tais atividades demandam criatividade, interação social, percepção espacial e atividades manuais complexas, características que são, por assim dizer, bastante humanas. Embora os pesquisadores não calculem quantos postos de trabalho possam ser fechados, estimam uma perda de vagas em torno de 47% nas próximas duas décadas.

Os atuais avanços tecnológicos já permitem que profissionais sejam substituídos por máquinas. Até atividades congnitivas estão sendo mecanizadas. É o caso de oncologistas do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, que já usam tecnologia da IBM para fazer diagnósticos, ou do carro autônomo do Google, que dispensa motoristas. Escritórios de advocacia também usam softwares para fazer pesquisas em leis e em decisões judiciais antes dos julgamentos, o que certamente reduz a necessidade de pessoal. A pesquisa, aliás, deixa claro que as profissões mais ameaçadas são aquelas de baixa qualificação. Entre elas, estão atendentes de telemarketing, caixas e corretores de imóveis.

A criatividade e a educação, ou melhor, a qualificação, serão responsáveis por manter algumas profissões nas mãos de pessoas, acreditam os pesquisadores. A criatividade depende de valores humanos que variam muito no tempo e em diferentes culturas. Por enquanto, as habilidades sociais que não podem ser informatizadas incluem a capacidade de perceber reações, de entender suas causas, de negociar, de reconciliar, de persuadir e de cuidar dos outros.

Não sejamos totalmente pessimistas, afinal de contas, a tecnologia já criou novas profissões. Gestor de mídias sociais, especialista de links patrocinados, arquiteto e cientista de dados, e engenheiro de rede de cloud computing são alguns exemplos. Nenhuma delas existia antes da tecnologia se tornar uma área de atuação tão grande quanto é hoje.

E é por meio das redes sociais, uma das grandes invenções tecnológicas deste milênio, que os Estados Unidos pretendem levar mais estudantes para as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, cujas palavras em inglês formam a palavra STEM. De olho no futuro, os norte-americanos estimam que, em 2018, faltarão 230 mil profissionais destas quatro áreas. Para impulsionar os novos talentos, a estratégia é justamente fazer mais uso das redes sociais, terreno cada vez mais ocupado por jovens.

Um exemplo do que os Estados Unidos estão fazendo para incentivar a juventude a buscar qualificação é a NASA. Além de um perfil no Instagram com mais de 500 mil seguidores, a Agência Espacial mantém uma conta no Twitter com 4 milhões de seguidores e um canal no YouTube com 300 mil inscritos. No início de 2013, um Hangout+ com astrounautas reuniu milhares de curiosos com dúvidas sobre a profissão. Recentemente, a NASA foi tão ousada que resolveu homenagear o cantor Bruno Mars (Mars, Marte em inglês) com fotos de Marte no Twitter durante a apresentação dele no SuperBowl, final do campeonato de futebol americano.

E por aqui, o que você acha que poderia ser feito para incentivar a qualificação?

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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