Gestão educacional

Credenciais que vão do macro ou micro universo do ensino

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O mundo nunca mais foi o mesmo depois que a internet surgiu. A forma de aprender e também de ensinar mudou vertiginosamente. A educação, com o ensino a distância, é um dos tantos setores da sociedade que tentam acompanhar as mudanças que decorrem desse mundo, agora sim, globalizado. Mas por mais que a educação tenha evoluído, algumas partes dessa empreitada que é formar pessoas não só para o mercado de trabalho, mas também para a vida, caminha a passos lentos e precisa passar por uma revolução. É esse o caso das credenciais, ou certificados, isto é: como atestar que alguém que foi atrás de um conhecimento por conta própria está apto a ser contratado por aquilo que aprendeu. Todas as habilidades precisam ser reconhecidas pela formalidade de um diploma?

Em um post recente em seu blog, a Udacity, importante organização de ensino que oferece cursos online em larga escala, anunciou que iria deixar (e já deixou) de oferecer certificados sem comprovação de identidade por parte dos alunos inscritos em seus cursos. Segundo o texto, a decisão vem ao encontro de uma demanda de vários estudantes e empregadores por credenciais com mais rigor no ensino a distância, a exemplo do que acontece em cursos de aulas presenciais, que contabilizam horas de estudo. O material didático continuará disponível gratuitamente de acordo com a Udacity, mas os certificados só serão dados àqueles que, ao pagarem por essa credencial, forem identificados e, mais do que isso, testados nos conhecimentos adquiridos.

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Nem só de diplomas é feita a formação de um profissional
[FONTE: Values and Capitalism]

A decisão da Udacity, de certa forma, colabora para uma outra discussão recentemente proposta por Krista Moroder (no Twitter, @Edtechcoaching), blogueira do site Edutopia, de que está na hora de pensar mais amplamente sobre as certificações, macros e micros. Mais do que isso, ela sugere que esse debate não fique apenas com as grandes instituições de ensino, mas com gestores de todos os tipos, estudantes e, é claro, com os professores. Porque, na tal era da informática, em que o professor pode estar do outro lado do computador, qualquer estudante aplicado pode construir o próprio currículo com o conteúdo que lhe convém.

Krista vai além e propõe a criação de distintivos para validar habilidades dos professores, por mais simples que eles possam parecer. Um professor que fez um mestrado, que é onsiderado uma macro certificação, não necessariamente é bom em engajar os alunos em atividades via redes sociais. Mas, no dias atuais, saber usar o Twitter, embora pareça um conhecimento menor, pode ser considerado uma habilidade e tanto para um professor do ensino a distância. E esse é só um exemplo de micro credencial que não é reconhecida por professores, estudantes e instituições. Pelo menos não de uma maneira formal. Conforme Krista, ainda hoje, as competências dos professores são resumidas em títulos de graduação, muito macro para um universo que é cada vez mais micro, mais personalizado.

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E se os professores pudessem ser reconhecidos por seus conhecimentos mais micro?
[FONTE: Make Use Of]

Os distintivos, ou badges, como são chamados em inglês, não são novidade, mas estão longe de serem amplamente adotados. Se para o ensino a distância, como prova a decisão recente da Udacity, é difícil ter certificações tão rigorosas como supostamente são as dos cursos presenciais, o jeito pode ser pensar as credenciais de uma outra forma. Krista acredita que, seguindo alguns preceitos básicos, é possível criar em suas instituições ou, melhor ainda, em comunidades, distintivos que sejam pertinentes não apenas para professores, mas para alunos e instituições de ensino. Segundo ela, é preciso:

1) Ter uma estratégia de linguagem e comunicação comum;

2) Uma estrutura clara de níveis e caminhos a serem percorridos dentro desse sistema;

3) Diretrizes e critérios para os distintivos e para a avaliação;

4) Princípios de design do projeto compartilhados com todos que a ele aderirem;

Dessa forma, não só os professores seriam reconhecidos por habilidades que vão além dos títulos acadêmicos, como os estudantes e as instituições teriam em mãos mais informações na hora de construírem seus próprios currículos em cursos de ensino a distância. Na web, já existem algumas iniciativas que valem a pesquisa, como o Open Badges e no Edmodo. E você, já pensou em mudar a forma de avaliar profissionais e estudantes na sua instituição? Compartilhe suas ideias conosco.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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