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Por que o Albert Einstein se tornou referência em EAD

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Em 1999, o Hospital Israelita Albert Einstein foi a primeira instituição fora dos Estados Unidos a receber a acreditação em “qualidade na assistência médico-hospitalar” pela Joint Commission International (JCI). Em 2016, pelo oitavo ano consecutivo, o hospital conquistou o primeiro lugar no ranking da revista América Economia, que avaliou 45 instituições e clínicas de alta complexidade na América Latina.

Reconhecimentos assim fazem do Einstein referência mundial não apenas em medicina, mas também de ensino na área de saúde. Em ambos os casos, as avaliações consideram itens como atendimento, segurança e atenção clínica. Nada disso, entretanto, seria possível se não houvesse o comprometimento e a competência das pessoas que fazem o dia a dia do hospital.

Albert Einstein, o melhor hospital da América Latina pelo oitavo ano consecutivo. (FOTO: divulgação)

Para Sandra Oyafuso, gerente de Educação a Distância e Tecnologia Educacional do Albert Einstein, o que leva o hospital a se tornar benchmark mundial é a qualificação continuada dos funcionários. Por isso, desde 2004 o quadro de colaboradores conta com um programa específico de aperfeiçoamento profissional. Especialista em implantação e gestão de projetos relacionados à área de educação em saúde, Sandra tem pela frente o desafio de aplicar novas metodologias de capacitação, como utilização de conteúdo online e de simulação realística.

Tamanho engajamento gera resultados práticos: no hospital, a taxa de evasão nos cursos a distância é de 13%, índice considerado abaixo da média. A fim de atender a demandas do público externo, em 2013 o hospital ampliou seu sistema de EAD. Em entrevista ao portal Desafios da Educação, Sandra diz que desde então a instituição soma mais de 8 mil matrículas realizadas. Isso considerando não apenas alunos brasileiros, mas também de países como Suíça, Portugal, Equador, Uruguai, Peru e Chile.

Desafios da Educação – Por que o Albert Einstein decidiu investir em EAD?
Sandra Oyafuso – Acreditamos que o futuro da educação passa, obrigatoriamente, pela inclusão de tecnologias e metodologias de ensino centradas no aluno. Sabemos que isso propicia melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem. Por isso, o uso de EAD (e também outras metodologias de ensino) é inevitável. Afinal, é um caminho sem volta, a evolução do ensino. Além disso, a tecnologia permite aumentar nossa capilaridade e, assim, podemos levar o conhecimento e experiência do Einstein para os profissionais de saúde que estão fisicamente distantes de nós.

Desafios da Educação – É possível dizer que houve melhora no desempenho dos profissionais?
Sandra Oyafuso – Sem dúvida. O Einstein é uma instituição que tem seus valores voltados às pessoas. Por isso, a capacitação do quadro de colaboradores é vista como algo estratégico e de extrema importância. Entendemos que os diversos prêmios e reconhecimentos do hospital – em relação ao nível de excelência na assistência médico-hospitalar – passam obrigatoriamente pelos colaboradores. O programa de treinamento conta com mais de 720 mil horas de treinamento por ano. E o uso de EAD, além de outras metodologias, como Simulação Realística, é uma realidade desde 2004.

Desafios da Educação – Como o hospital deu início à implementação dos cursos para o público em geral?
Sandra Oyafuso – Antes do lançamento oficial para o mercado externo, passamos quase um ano nos preparando. Ou seja: implantando plataforma tecnológica, definindo processos e, principalmente, analisando dados de uma pesquisa que fizemos com mais de 2 mil profissionais da saúde. Tudo isso nos permitiu entender as expectativas e necessidades em relação ao EAD. O resultado disso foi fundamental para construir um curso que atenda de fato aos profissionais da saúde. Artigos científicos, ferramentas de colaboração, presença do tutor e vídeos com especialistas foram alguns dos inputs vindos da pesquisa. Ao definirmos os norteadores estratégicos, um dos itens mais importantes foi trabalhar com as competências necessárias para o aprimoramento dos profissionais – como o raciocínio clínico. Nortear o conteúdo pelas competências a serem desenvolvidas foi um diferencial importante do modelo EAD Einstein.

Desafios da Educação – Atualmente, quais são os principais desafios a quem deseja oferecer cursos a distância na área da saúde?
Sandra Oyafuso – A produção de conteúdo é um grande desafio, porém não abrimos mão de que o autor seja um profissional atuante no dia a dia do hospital. Isso é muito importante para garantir a qualidade do material, de modo que seja aderente à realidade da instituição. Outro ponto desafiador é o trabalho da equipe de produção – em especial do designer instrucional. Para trabalhar conteúdo da saúde é necessário ter conhecimento na área. Por isso, contamos com profissionais de formação na área da saúde e que também têm capacitação na carreira didático-pedagógica.

Desafios da Educação – E quanto à aceitação da modalidade EAD, às vezes vista com restrições ou conservadorismo?
Sandra Oyafuso – A aceitação do EAD pelo público da saúde foi muito boa. Estamos, desde 2013, ofertando cursos de atualização a distância, cursos com cerca de 30h cada, que contam com a presença de um professor-tutor e uma metodologia que privilegia colaboração, raciocínio clínico e discussão de casos e situação problema. Durante esse período, mais de 8 mil alunos já passaram pelo EAD Einstein. Temos alunos de todos os estados do Brasil e inclusive de outros países, como Suíça, Uruguai, Peru, Portugal, Equador e Chile. Nossa avaliação de satisfação tem nota média 9, e nossa taxa de evasão também é considerada baixa, com cerca de 13%.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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