As ações das quatro empresas de educação que operam na bolsa de valores vinham com ganhos expressivos, superiores a 20%, desde o início do ano – recuperando as perdas do ano passado. Na última sexta-feira (15), porém, os papéis das companhias despencaram.
As ações da Kroton (-6,2%) e da Estácio (-5,2%) praticamente lideraram as quedas do Ibovespa (principal índice brasileiro) de sexta-feira, que também fechou em baixa de 0,5%. Ser Educacional e Anima Educação, que não compõem o índice, caíram respectivamente 7,2% e 1,25%.
Nesta segunda-feira (18), a queda se repetiu pelo segundo pregão consecutivo:
- Ser Educacional caiu 3,56%;
- Anima, 2,37%;
- Kroton, 0,74%;
- e Estácio, 2,14%.
Lava-Jato da educação
As ações do setor começaram a cair desde o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro, na semana passada, de realizar uma “Lava-Jato da educação”.
Muito além de investir, devemos garantir que investimentos sejam bem aplicados e gerem resultados. Partindo dessa determinação, o Ministro Professor @ricardovelez apurou vários indícios de corrupção no âmbito do MEC em gestões passadas. Daremos início à Lava Jato da Educação!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 15 de fevereiro de 2019
Conforme um documento protocolado pelo Ministério da Educação (MEC), o ministro Ricardo Vélez Rodríguez encontrou indícios de corrupção em diversos programas como o ProUni, de bolsa estudantil para alunos carentes, e o Pronatec, de cursos técnicos.
A pasta também pretende investigar possíveis fraudes no Sistema S, na concessão de bolsa ilegal para cursos de educação a distância e em irregularidades em universidades federais.
Desde a notícia da “Lava-Jato da educação”, as ações das quatro companhias começaram a cair. Sobre o futuro desempenho desses papéis na bolsa, analistas consultados pelo InfoMoney acreditam que ainda é cedo para tirar conclusões.
Sobre a investigação, a única entidade do setor a se manifestar até a publicação desta reportagem foi o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. Em nota, o Fórum diz que apoia a “iniciativa do governo federal de apurar indícios de corrupção, desvios e outros tipos de atos lesivos à administração pública no âmbito do MEC e de suas autarquias nas gestões anteriores”.
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