A pandemia impulsionou o crescimento das bibliotecas digitais no Brasil. Em 2020, houve um aumento de 36% na adoção de acervos digitais na comparação com o ano anterior, segundo dados da Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Foi nesse cenário que a Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC) consolidou a implementação da sua biblioteca digital. “Já tínhamos essa ideia há algum tempo. Até que, em setembro de 2021, adotamos a biblioteca digital para facilitar a vida dos alunos durante a pandemia”, conta a bibliotecária da ESAMC, Tatiana Franco.
Disponibilizar bibliografia de qualidade para os estudantes é uma função primordial para qualquer instituição de ensino superior (IES). Tradicionalmente, os alunos vão até os espaços físicos para consultar o acervo. Mas o caso da ESAMC prova que também é possível acessar essa estrutura através das bibliotecas digitais, dando mais alternativas aos alunos.
Como a biblioteca digital funciona
Atualmente, há mais de sete bibliotecas digitais disponíveis no mercado do ensino superior brasileiro, com organizações distintas em relação às obras. Em sua maioria, elas contam com livros digitais de editoras do nicho Científico, Técnico e Profissional (CTP).
O estudante consegue acessar o acervo da IES por computador, tablet e celular. A leitura é feita online, possibilitando que todas as personalizações e marcações fiquem salvas no sistema. O conteúdo da obra pode ser consumido tanto no formato e-pub quanto no formato e-PDF, dependendo do sistema.
Segundo o coordenador de produção digital de bibliotecas digitais da Plataforma A, Vinicius Pereira, todos os materiais didáticos do curso devem estar disponíveis na plataforma – inclusive, as leituras complementares.
“É indispensável que os títulos indicados no Plano Pedagógico do Curso (PPC) estejam disponíveis em uma das bibliotecas, seja a física ou a digital”, explica. “Temos que ensinar e demonstrar como essa nova experiência de leitura, por meio da tecnologia, pode facilitar na busca pelo conhecimento”, ressalta Pereira.
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Razões para adotar bibliotecas digitais
A estrutura, manutenção e atualização de um acervo físico exigem investimentos. Nesse sentido, a adoção da biblioteca digital também traz um impacto positivo na economia das instituições de ensino superior.
“Era um transtorno montar uma biblioteca. Nós nunca conseguimos manter um padrão de bibliografia em todas as unidades (da ESAMC). Com o acervo virtual, nós não temos mais esse problema”, acrescenta Franco.
Os e-books são adquiridos em uma única compra e ficam disponíveis para diversos usuários. Na ESAMC, a procura pelas obras virtuais está mais intensa no virtual do que nos acervos físicos. “Isso acontece por conta das atualizações, da praticidade e do acesso mais simples”, afirma a bibliotecária.
De qualquer maneira, cabe aos professores ressaltar a possibilidade de encontrar nas bibliotecas digitais as indicações de obras dadas em sala de aula. Afinal, nem sempre elas são encontradas nos ambientes físicos – seja por falta ou baixa oferta de exemplares. “O nosso maior trabalho é seguir divulgando para que os alunos acessem a plataforma”, relata Franco.
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