A tecnologia entra cada vez mais rápido na sala de aula. A integração entre componentes tecnológicos e o ensino é cada vez mais essencial para formar turmas de acordo com as exigências do mercado de trabalho. Enquanto novas ideias e metodologias se destacam, as instituições de ensino buscam soluções que otimizem o processo de aprendizagem. Mas como inovar neste mercado?
A pergunta foi o centro das discussões no 9° Seminário de Tecnologia Educacional, evento realizado pelo Sindicato das Mantenedoras do Ensino Superior (Semesp). Com o tema “A educação dialogando com o século XXI”, o fórum recebeu representantes alguns dos maiores grupos educacionais privados do Brasil.
No seminário, os painelistas debateram formas de integrar as tecnologias da informação a todos os setores das instituições. Do marketing aos recursos humanos, da diretoria à secretaria acadêmica, todas as áreas funcionar de forma harmônica para criar uma universidade resiliente e pronta para os desafios da era da informação.
Universidades conectadas
Durante o evento, também foram apresentados os resultados da segunda edição da Pesquisa de TI, levantamento realizado pela entidade para mapear o engajamento tecnológico entre as empresas do setor. No documento, o Semesp revela que todas as IES pesquisadas tem rede wi-fi. “Esse resultado mostra uma mudança significativa na evolução da prestação de serviços em termos tecnológicos aos alunos”, explicou o professor Cesar Fava, coordenador do evento.
A inserção de redes sem fio expõe a ampla relação dos estudantes com a tecnologia em ambiente acadêmico. De acordo com análises de dados das universidades, o ambiente virtual é cada vez mais presente na rotina dos estudantes, mesmo no ensino presencial. As métricas evidenciam que o investimento em aplicativos e áreas do aluno que facilitem o seu acesso a serviços da instituição são essenciais para o planejamento estratégico.
Nesse quesito, o grupo Kroton Educacional – maior empresa do mundo no ramo, com 933 mil alunos – compartilhou sua experiência de transformação. A implementação das novas estratégias de TI do grupo foi apresentada por Adriano José Denny, CTO da empresa. “A mudança no sistema de tecnologia da informação foi uma mudança cultural”, definiu o executivo.
A busca pela resolução de problemas de forma rápida e eficiente levou a instituição a quebrar a barreira entre a área de atendimento ao cliente e a área de TI ao incentivar o trabalho em equipe e unir os times a favor da empresa.
O diretor da ESPM Paulo Marsula, que comandou o painel O desafio da (melhor) percepção através da comunicação interna, enfatizou a importância das áreas de TI e Comunicação Interna integrarem os funcionários, corpo docente e alunos sobre os processos e ferramentas disponíveis na IES.
Para ele, a busca por novas formas de facilitar a comunicação interna deve ser constante. E-mail, jornal mural, tv corporativa e intranet já são meios utilizados e consolidados entre as empresas. Mas o que mais há por vir?
Marsula acrescenta que a comunicação interna tende a formas mais integradoras, com aplicativos de mensagens diretas como o MS Teams e de redes sociais, a exemplo do app Workplace. “Todas as equipes e departamentos da instituição precisam conhecer todas as etapas, ações, acontecimentos e processos de tecnologia. A TI não pode ser lembrada somente quando há problemas. TI tem de estar mais próxima do corpo acadêmico”, sintetiza.
Eficiência maior, custo menor
O evento recebeu ainda a palestra Inovação aplicada em tecnologia educacional voltada ao aprendizado maker e Gestão educacional na Nuvem, realizada por Fernando Domingues e Miguel Sanchez, diretores de inovação e tecnologia do Centro Universitário Eniac. O Centro, que reduziu os custos na área em 30% após migrar para um serviço em nuvem, apostando em estabilidade, disponibilidade, centralização do gerenciamento com segurança da informação e desempenho.
“Conseguimos entender quais os principais serviços que poderiam rodar na nuvem e as migrações foram feitas sem que nenhum aluno percebesse. Optamos pelo período de Carnaval e toda a estrutura na nuvem foi feita pela AWS, além de uma parceria com o Google for Education”, relatou Sanchez.
Os diretores mostraram ainda como funciona o Eniac Flexível, uma parceria com o Google Education que teve como meta melhorar o engajamento dos estudantes, o que permitiu trabalhar com metodologias inovadoras de aprendizagem ativa e atividades práticas.
“Usamos diversas ferramentas e o Google Classroom para motivar e engajar os estudantes, apoiar a inovação em aprendizagem e simplificar a gestão acadêmica e a cada seis meses fazemos uma pesquisa junto aos alunos. A última mostrou que 86% dos alunos consideram o ambiente de aprendizagem perfeito ou muito bom e 79% consideram a nova forma de atuar do professor melhor ou muito melhor”, finalizaram.
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