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Menos da metade dos alunos da rede pública miram diploma universitário

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Estudantes durante prova do Enem. Crédito: Wilson Dias/ABr.

Entre os estudantes da rede pública e os da rede privada, há um abismo significativo em relação à expectativa acadêmica.

Para se ter ideia, apenas 4 em cada 10 alunos brasileiros da rede pública esperam concluir o ensino superior convencional – um curso de graduação com duração de quatro anos. Já entre os estudantes da rede privada, a relação salta para 7 em 10.

As informações são de um levantamento inédito do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), um grupo de pesquisas em educação. A análise, baseada em dados do Pisa de 2015, sugere que as oportunidades diferentes ao longo da infância e da adolescência é o que leva os jovens brasileiros a desenvolverem níveis distintos de aspiração.

Além da expectativa dessemelhante para alcançar o diploma universitário, os dados mostram que 40% dos adolescentes das escolas públicas trabalham de forma remunerada antes ou após as aulas. Na rede privada, o mesmo indicador cai para 24,4%. Também na rede privada, 55% dos alunos se declararam ambiciosos; nas instituições públicas, 38%.

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Famílias pobres recebem menos estímulos

Outras informações despertam atenção: entre os alunos da rede pública, 19,1% afirmam ter repetido de ano ao menos uma vez. Já entre os da rede privada, o percentual é de 11,1%.

Na rede pública, 44,5% dos alunos têm mães com ensino médio completo; só 11,5% delas têm ensino superior. Em comparação com os dados dos estudantes de escolas particulares, 83,1% das mães são formadas no ensino médio; 80,2% têm graduação superior.

“As crianças nascidas em famílias mais pobres recebem menos estímulos. Quando chegam à escola, já estão defasadas”, diz o economista Naercio Menezes Filho, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o especialista, o ideal é que os pais menos favorecidos recebam orientação e apoio para estimular os filhos corretamente. E que os professores da rede pública recebam o treinamento e aparato necessário para possibilitar uma educação de maior qualidade. As iniciativas nessa direção, porém, ainda são incipientes no Brasil.

Para realizar o levantamento, o grupo analisou os questionários do Pisa de 17.523 alunos de 15 ou 16 anos, representativos de todos os estados brasileiros. Desse total, 15.087 são de escolas públicas e 2.346 de escolas privadas. Outros 527 são estudantes de escolas particulares, mas com nível socioeconômico similar ao dos alunos da rede pública. Os resultados da pesquisa na íntegra podem ser conferidos neste link.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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