Capacitação Docente

Quatro maneiras de tornar as ciências exatas irresistíveis

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É quase consenso que as ciências exatas costumam exercer menos fascínio sobre os jovens do que as ciências humanas. Áreas como tecnologia, engenharias e matemática tendem a atrair menos interesse dos alunos conforme eles avançam na carreira escolar, o que resulta na crescente demanda por profissionais do ramo. Mas com ideias simples de pôr em prática, é fácil mudar esse cenário.

Como as ciências exatas se tornam cada vez mais requisitadas e lucrativas, é necessário que gestores e professores de universidades das áreas relacionadas reflitam sobre como manter os alunos no curso. Para isso, o maior motivador é o interesse pessoal de cada estudante, e o site Edudemic organizou uma lista de sugestões de como aproveitar isso.

Incorporar cultura pop no currículo
Aproximar-se de questões complexas das ciências exatas pode ser assustador. Uma maneira de facilitar o contato com esses problemas é associá-los a elementos da cultura popular de fácil assimilação. Alice no País das Maravilhas pode ser usado para estudos de matemática e lógica. O filme Gravidade, que trazia acertos e erros sobre viagens espaciais, pode ser um grande aliado das às aulas de Física e Astronomia, assim como Interestelar. E Neil Degrasse Tyson é uma das figuras mais populares quando se fala em ciências espaciais.

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O astrofísico Neil Degrasse Tyson é símbolo de entretenimento científico
[FONTE: Contioutra]

Seguindo essa linha, inúmeros seriados e temas recorrentes da ficção científica podem servir de ponto de partida para discussões sérias. Para falar de inteligência artificial, não faltarão livros nem filmes. Um embate entre poderes de super-heróis com embasamento científico vai ter apelo junto aos fãs de histórias em quadrinhos. Mesmo o apocalipse zumbi se torna mais interessante – e assustador – com ajuda da ciência.

Mostrar a relevância
Muitos alunos têm dificuldade em relacionar o que aprendem nas disciplinas de ciências exatas com a sua vida rotineira. Mas não será difícil mostrar que os princípios científicos estão muito mais presentes do que parecem. É a ciência que levou os transgênicos às prateleiras dos supermercados, que desenvolveu vacinas e remédios, que permitiu a criação de sistemas de saneamento básico e de irrigação na agricultura, que nos permite acompanhar a previsão do tempo com razoável nível de acerto.

Nossa vida é intermediada pela ciência em quase todas as esferas. Dois desafios podem ser propostos aos alunos: um seria escolher um objeto que eles usam todos os dias e investigar a ciência por trás dele (não é pouca tecnologia envolvida na fabricação de celulares, veículos automotores, elevadores ou microondas); outro desafio seria pedir que eles pensem nos processos diários que não envolvem ciência alguma, e pode apostar que esse será bem mais difícil de realizar.

Comece um debate
Até mesmo em uma área como a matemática, de cálculos exatos e respostas que se mostram simplesmente certas ou erradas, existe espaço para discórdia e debate. O que hoje nos parece banal, como a existência de números negativos (aqueles inferiores a zero) já foi motivo de muita polêmica no passado. Até hoje, a física quântica desperta defesas e ataques apaixonados por cientistas igualmente bem preparados.

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Os números negativos com os quais estamos tão habituados já foram polêmica
[FONTE: Wikipedia]

Na sala de aula, ou mesmo fora dela, em ambientes virtuais que permitam a colaboração entre os colegas e com o professor, há diversos debates que podem suscitar conversas enriquecedoras. É possível questionar as possibilidades e os temores dos avanços na robótica, perguntar se o desenvolvimento da energia nuclear compensa a criação da bomba atômica, se o contato constante com a tecnologia afeta nossa maneira de pensar, se a exploração espacial trouxe benefícios que justificam seus gastos e assim por diante.

Permita que os alunos façam escolhas
Em tempos de ensino personalizado, os professores enfrentam o desafio de lidar com cada estudante dentro de suas necessidades e interesses particulares. Embora a tarefa possa ser exigente, deixar que os alunos direcionem seus estudos conforme suas paixões pode facilitar o trabalho do educador e motivar o aprendiz.

A turma provavelmente se dividirá em grupos de interesse variados. Os leitores buscarão temáticas em livros, os esportistas poderão estudar ângulos e forças, os músicos abordarão matemática ou leis da física, um fotógrafo se dedicará à luz. A variedade pode enriquecer as aulas, e o professor sempre tem a opção de guiar os assuntos conforme o currículo. Mesmo no que diz respeito aos conteúdos obrigatórios, o educador pode personalizar a experiência de cada aluno com ajuda da análise de dados, que lhe mostrará quem já dominou uma certa área da física, mas ainda precisa de ajuda em cálculo, por exemplo.

Enquanto os educadores estiverem motivados, os alunos encontrarão estímulo e interesse nas áreas exatas. Se você já inovou no ensino de ciências na sua instituição, compartilhe conosco a experiência.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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