Possuir um diploma de nível superior costumava ser garantia de empregabilidade. Hoje, nem tanto. E uma pesquisa da consultoria Educa Insights ajuda a entender o porquê. Embora 69% dos gestores acadêmicos acreditem que os egressos de suas instituições estejam preparados para o mercado de trabalho, apenas 39% dos empregadores têm a mesma opinião.
O estudo aponta uma desconexão entre o que as instituições ensinam e o que requer o dia a dia das empresas. Tanto é que, entre os alunos ouvidos pela Educa Insights, 62% fariam alterações na grade curricular com intuito de adequá-la ao mercado de trabalho.
Enquanto as instituições de ensino superior (IES) tentam se adaptar, recém formados e profissionais experientes encontram uma alternativa de atualização na pós-graduação lato sensu (especializações e MBA). Isso porque, entre outros motivos, esses cursos são mais flexíveis, rápidos e conectados às necessidades do século 21.
Como o diretor de produtos e negócios da Plataforma A, Ricardo Ponsirenas, explicou recentemente ao Desafios da Educação, as pós-graduações lato sensu são uma ótima ferramenta de atualização profissional. “Elas têm profundidade acadêmica e são facilmente adaptáveis ao mercado de trabalho.”
Aos gestores e coordenadores, cabe lembrar que não é necessário obter autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso para ofertar essa categoria de pós-graduação no Brasil. Isso torna os currículos e a oferta mais flexíveis na comparação com os cursos de graduação, segundo Ponsirenas.
Valorização no mercado de trabalho
A pós-graduação lato sensu, além de importante para o currículo, é um diferencial em termos de remuneração. Segundo uma pesquisa da Catho Educação, o diploma de pós-graduação assegura salários 14,7% maiores em cargos de analista, por exemplo. Para cargos de diretoria e coordenação, a valorização aumenta em 47,2% e 53,7%, respectivamente.
E os profissionais sabem disso. Tanto é que seis das sete necessidades que levam um aluno a fazer pós-graduação estão diretamente ligadas à carreira, como apurou o estudo Panorama da Pós-graduação. Entre elas, aumentar o salário, conseguir um emprego, ser efetivado e subir de cargo.
E nem é preciso esperar até o fim do curso para conquistar a valorização desejada. Em pós-graduações com modelo de certificação intermediária, o aluno passa por eixos temáticos periódicos que valem certificados. Em poucos meses, o aluno pode comprovar sua trajetória de pós-graduando ao mercado.
Leia mais: Credenciamento para Pós-graduação, mestrado e doutorado: como funciona?
Das soft skills ao networking
Ainda de acordo com a pesquisa da Educa Insights, 57% dos empregadores consideram as soft skills (habilidades comportamentais e subjetivas de medir) mais importantes que as hard skills (habilidades técnicas e tangíveis).
Trata-se de uma visão em consonância com as 10 habilidades que estarão em alta no mercado de trabalho até 2025, segundo o relatório Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial. Todas são soft skills. E desenvolvê-las é um dos focos da pós-graduação lato sensu.
Para os empregadores, as competências fundamentais podem ser organizadas em quatro grupos:
- Raciocínio, resolução de problemas e ideação;
- pensamento e análise críticos;
- liderança e influência social;
- criatividade, originalidade e iniciativa.
Além disso, algumas pós-graduações oferecem atividades extra-curso para incrementar a carreira dos alunos. São lives, eventos e palestras sobre temas relevantes no mercado de trabalho. Também disponibilizam serviços de consultoria, com aconselhamento e apoio na construção de imagem no LinkedIn.
Outra opção fornecida pelas instituições de ensino brasileiras são os cursos de caráter premium, quando pensadores de renome internacional compõem o quadro docente. Reconhecidos em suas áreas de atuação, eles agregam experiência e promovem um networking valioso para a vida profissional.
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