Capacitação DocenteMetodologias de Ensino

Planejamento colaborativo: ferramenta para professores do futuro

0

Não é novidade que a sala de professores é um local de troca de ideias e de experiências e até mesmo um espaço de aprendizado para os docentes, que aprimoram suas técnicas no convívio com os colegas. Mas, às vezes, para criar um verdadeiro ambiente de colaboração, é preciso mais incentivo. O site Edutopia reuniu oito dicas para criar uma rede colaborativa baseando-se nas iniciativas do Institute of Play, entidade norte-americana que pretende disseminar os jogos de ensino nas escolas daquele país.

Apesar do foco na gamificação, o instituto se propõe também a ser um laboratório para novas dinâmicas de relações entre professores e alunos. Nas escolas em que o grupo atua, em pouco tempo os currículos se transformaram, graças ao planejamento feito em parceria entre corpo docente e discente. A colaboração entre todos os interessados facilitou a resolução de problemas e fez surgir novas abordagens mais motivadoras aos alunos. Por isso, apresentamos aqui as dicas para que os gestores e professores brasileiros possam adotar medidas colaborativas em suas instituições de ensino.

colaborativo1
A interação entre professor e turma deve ser o mais dinâmica possível
[FONTE: UC Davis]

#1 Cultivar a confiança
Para que possa existir uma verdadeira troca de ideias e opiniões, é essencial que os professores conheçam o trabalho uns dos outros. Para isso, visitas a outras salas, acompanhamento de aulas dos colegas e observação da interação com os alunos são boas ferramentas, mas todos precisam estar confortáveis com a situação. Busque estabelecer um ambiente de debates sem julgamentos.

#2 Abandonar ideias fixas
A sugestão dos especialistas do Institute of Play parece polêmica: falhe com frequência. Mas a ideia é apenas colocar em prática a tática de tentativa e erro. Falhar com frequência significa abandonar ideias que não deram resultado e logo adotar novas, sem apego ao que frustrou as expectativas.

#3 Testar
Se o plano é aderir à tentativa e erro, tentar é fundamental. Estabeleça uma fase de testes para suas ideias, mesmo que elas ainda estejam no papel. Convide colegas e alunos para opinarem sobre seus projetos e avalie suas considerações. Melhor falhar cedo do que tarde.

#4 Simplificar
Naturalmente, quanto mais complexo um projeto, mais perguntas ele vai suscitar. Tomando como exemplo um plano de aula, é melhor ter uma estrutura simples, com diretrizes gerais, e adicionar os detalhes com o tempo, conforme as atividades desenvolvidas nas aulas. Isso evita que os alunos se distraiam com o plano ao invés de focar na lição do dia.

colaborativo2
Uma ideia pode surgir com várias contribuições, mas é melhor manter a simplicidade
[FONTE: mindjet]

#5 Não dê um passo maior que a perna
Muitos projetos falham porque começam com pretensões altas demais, crescendo mais rápido do que suas bases. Quando houver coisas demais acontecendo, reduza as metas e volte alguns passos atrás. Evoluir devagar com passos sólidos pode exigir mais paciência, mas vai trazer melhores resultados.

#6 Envolver os alunos
Em qualquer instituição de ensino, os alunos são protagonistas e os maiores interessados no sucesso do aprendizado. Logo, por que não incluí-los no planejamento desde o início? Convide o corpo discente para as discussões de currículo e de objetivos. Mesmo que não seja possível chegar a um consenso, eles se sentirão mais acolhidos.

#7 Olhar em volta
Às vezes uma ideia genial, mas muito mirabolante, naufraga antes da hora por falta das ferramentas e dos materiais necessários para colocá-la em prática. Quando traçar um plano, considere que materiais você tem por perto: é possível contar com vídeos, murais, auditórios, computadores? Essas perguntas são importantes para manter uma postura realista.

#8 Personalizar
Parece óbvio, mas se o plano de aulas contemplar assuntos dos quais os alunos gostem, eles se sentirão mais motivados a estudar. Tente adaptar o conteúdo aos interesses da turma, fazendo conexões entre o que deve ser estudado na disciplina e as atuais conversas do grupo.

Todas essas dicas apontam na mesma direção: várias cabeças pensam melhor que uma. Assumir a colaboração como estratégia exige certa humildade, mas criará um senso de comunidade de grande valor dentro da instituição. Se você já fez experiências com essas práticas, compartilhe conosco e assine nossa newsletter para seguir o debate.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.