Dale Stephens está em São Paulo essa semana para participar do Fórum de Lideranças, onde apresenta uma palestra sobre a relação entre as novas gerações e as universidades. Americano, Dale é um grande crítico do sistema educacional dos Estados Unidos, onde a maioria das universidades é privada e os alunos pagam mensalidades exorbitantes.
Frustrado com a realidade que lhe esperava, Dale fundou o movimento UnCollege, que prega uma mistura de educação domiciliar com mentores educacionais e um ano de experiências longe de casa. Nesta entrevista, ele defende uma maior autonomia para os estudantes e aponta como as instituições podem atrair e manter os jovens da Geração Z.
Sua palestra se chama “Hackeando sua Educação: Por que a Geração Y frequenta a faculdade, e por que a geração Z pode vir a não frequentar”. Você acha que as próximas gerações se afastarão cada vez mais do ensino tradicional?
Acredito que a conversa está se tornando menos uma questão de “para qual faculdade ir” e mais uma questão de “por que ir à faculdade”. Aprender sempre será importante, mas está evidente que não deveríamos submeter os jovens a quantias quase criminosas de dívidas para conseguir uma educação.
Como as universidades tradicionais podem fazer para não perderem seus alunos mais independentes e autônomos? Como mantê-los interessados?
O primeiro passo é dar aos estudantes mais liberdade quanto a como, onde, quando e por que eles aprendem. As escolas exigem que os estudantes façam uma quantidade absurda de disciplinas pelas quais eles não se interessam. Nós deveríamos dar aos estudantes a liberdade de aprender o que eles quiserem, ao invés de forçá-los a memorizar informações que logo esquecerão.
Qual a importância do gap year para os propósitos do UnCollege?
Ter um gap year é uma excelente maneira de se guiar mais. Nossos alunos descobrem que tomar um tempo para entender quem eles são, o que eles querem e como eles querem aprender significa que eles estarão mais preparados para o momento da faculdade e do mercado de trabalho.
Como os estudantes podem “sair da zona de conforto” quando não têm a possibilidade de um gap year ou de viajar?
É possível sair da zona de conforto em sua própria comunidade, é só questão de separar um tempo para isso. Se você quer fazer isso sozinho, pode ser mais fácil do que parece sair da zona de conforto. Se você mora em uma cidade, faça um voluntariado em uma fazenda por alguns meses. Se você mora na zona rural, seja au pair [intercambista que é alojado por uma família estrangeira em troca de serviços] por alguns meses.
Que relações podemos traçar entre o UnCollege e a educação a distância? Quais são as contribuições da área para o projeto e vice-versa?
Educação a distância é um assunto complicado. Certamente a disponibilidade do ensino online é ótima para as pessoas que querem aprender de modo independente, mas nossos programas ainda acontecem no mundo real. É incrivelmente importante construir uma comunidade de pessoas que podem desafiá-lo a tomar riscos e a aprender com seus erros.
Para saber mais sobre os outros palestrantes que estão em São Paulo, visite o site do Fórum de Lideranças. Se você se interessou pelo UnCollege e sua filosofia inovadora, não deixe de conhecer o site do projeto. E para receber novidades do mundo da educação, assine já nossa newsletter.
[…] Dale Stephens está em SP para defender uma mistura de educação domiciliar com mentores educacionais e um ano de experiências longe de casa.Dale Stephens está em São Paulo essa semana para participar do Fórum de Lideranças, onde apresenta uma palestra sobre a relação entre as novas gerações e as universidades. Americano, Dale é um grande crítico do sistema educacional dos Estados Unidos, onde a maioria das universidades é privada e os alunos pagam mensalidades exorbitantes. Frustrado com a realidade que lhe esperava, Dale fundou o movimento UnCollege, que prega uma mistura de educação domiciliar com mentores educacionais e um ano de experiências longe de casa. Nesta entrevista, ele defende uma maior autonomia para os estudantes e aponta como as instituições podem atrair e manter os jovens da Geração Z.Sua palestra se chama “Hackeando sua Educação: Por que a Geração Y frequenta a faculdade, e por que a geração Z pode vir a não frequentar”. Você acha que as próximas gerações se afastarão cada vez mais do ensino tradicional?Acredito que a conversa está se tornando menos uma questão de “para qual faculdade ir” e mais uma questão de “por que ir à faculdade”. Aprender sempre será importante, mas está evidente que não deveríamos submeter os jovens a quantias quase criminosas de dívidas para conseguir uma educação. […]