No dia seis de agosto, o cofundador da Kaltura, Shay David, vai subir ao palco do Fórum de Lideranças: Desafios da Educação para falar de tendências na educação. E, mais do que isso, o educador e empreendedor, especializado em sistemas de comunicação e informação colaborativos e abertos, vai abordar as formas de aprendizado que fazem uso do vídeo online, como, por exemplo, a sala de aula invertida. Com áudios e outros recursos interativos, como jogos, além da própria internet e dos vídeos, os alunos aprendem em casa e aproveitam o tempo com o professor de outra maneira. Por isso, os professores precisam gerir bem o período que passam com os estudantes ao vivo na sala de aula invertida.
Em um texto recente no site Edutopia, Jon Bergmann, pioneiro da sala de aula invertida, fala da importância da gestão neste modelo de ensino. Na opinião do educador, um dos primeiros ensinamentos dessa sala de aula que não tem o professor como um palestrante é que barulho é bom. Se no formato original alunos conversando era um problema, na lógica invertida, é a solução, pois mostra o quanto eles estão engajados em seu próprio aprendizado. Como Bergmann exemplifica, na sala de aula invertida, o antigo problema de manter os alunos quietos praticamente se dissipou no ar. Mas, obviamente, outras questões para refletir surgiram.
A sala de aula invertida desafia a lógica de aprendizado e de ensino de professores e alunos
[FONTE: Fotolia]
#1 Quem recebe o tempo do professor?
Uma vez que o professor não está envolvido diretamente na instrução dos alunos, ele precisa aproveitar seu tempo interagindo e orientando os estudantes. Por isso, é importante o educador planejar com quem vai gastar seu tempo em sala de aula: ajudar os estudantes com dificuldades ou desafiar os mais avançados? Segundo Bergmann, é preciso equilíbrio, e trabalhar não apenas com os alunos que pedem, mas também com aqueles que seguem o rumo certo, para se certificar de que eles recebem o que precisam.
#2 Acompanhar o aluno em suas tarefas se torna mais importante
É verdade que a sala de aula invertida dá liberdade aos estudantes, mas alguns não sabem lidar com essa autonomia. Alguns acabam fazendo o que querem e nem sempre sabem ser produtivos. Por isso, mesmo nesse método, o professor precisa monitorar o comportamento do aluno, inclusive em casa, mas de um modo diferente do que faria em uma classe tradicional.
A chave é saber onde os estudantes estão no conteúdo. Se eles estão ficando para trás é porque não estão usando bem a autonomia. As estratégias para acompanhar os alunos mesmo fora da sala de aula são diversas: pode ser conversar com os pais, direcionar os estudantes a procurarem colegas mais produtivos e menos dispersos ou, ainda, tornar esses alunos os primeiros a receber atenção na aula ao vivo.
A tecnologia mudou a educação e agora faz parte da sala de aula, invertida ou não
[FONTE: Instituto Claro]
# 3 Liberdade para uns, controle para outros
Bergmann também ressalta que, enquanto alguns alunos sabem lidar com a liberdade tão característica da sala de aula invertida, outros lutam para se adaptar a essa possibilidade de a escolha. Com aqueles que precisam de mais estrutura, de mais regra e de mais rotina, o professor deve agir, mas sem tirar a autonomia daqueles que já aproveitam bem o seu tempo.
E aí, ficou com vontade de experimentar a sala de aula invertida e vencer esses desafios em prol da liberdade dos alunos, de ter uma classe mais engajada e menos silenciosa? Já encontrou outros obstáculos? O Fórum de Lideranças, que acontece em São Paulo, promete ser um espaço de trocas sobre esse e muitos outros tópicos acerca do tema “Tendências para um ensino centrado no aluno”. Inscreva-se já!
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