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Estilos diferentes de aprendizagem são úteis?

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Educação

Todo professor sabe que cada aluno aprende de forma diferente. Nas últimas décadas, surgiu a teoria de que estilos diferentes de aprendizagem podem ser fundamentais para explicar e definir como as crianças aprendem, e o site Edudemic publicou um infográfico para explorar esta ideia:

Os sete estilos de aprendizagem descritos são baseados na idéia de “inteligências múltiplas”, de Howard Gardner. Em defesa de seu trabalho, Gardner enfatiza que o que ele descreve em seu trabalho original não foram os estilos de aprendizagem, mas sim diferentes formas de funcionamento de cada mente. No entanto, suas ideias passaram a inspirar discussões, infográficos e teorias de ensino baseados na tentativa de compreender de forma mais clara as maneiras como as pessoas aprendem.

Como não usar os “Estilos de Aprendizagem”

“Estilos de aprendizagem” tornou-se um termo controverso devido ao receio de que isso leve a maneiras prejudiciais ou redutivas de pensar sobre o ensino e a aprendizagem. No pior cenário, os alunos seriam identificados como um “tipo específico de estudante” e não seriam expostos a outras modalidades de ensino.

Não deixe que a ideia de indivíduo fique limitada

Poucas pessoas olhariam para o infográfico e definiriam que cada estudante se encaixa perfeitamente em um dos estilos de aprendizagem. Tenha em mente que cada aluno apresenta uma mistura destes estilos, mas a maioria mostra pontos fortes em alguns, em comparação com outros.

O reconhecimento dos pontos fortes dos alunos, por parte dos professores, pode ser muito valioso, além de ajudar a compreender melhor o perfil de cada estudante e quais trabalhos eles executariam melhor. Assistir a um vídeo, por exemplo, pode não ser a melhor forma de aprendizagem para todos, ainda que esta seja uma habilidade a ser desenvolvida.

Não confie nos estilos de aprendizagem para alcançar resultados

Os estilos de aprendizagem são uma ideia popular no ensino, mas ainda não se teve tempo suficiente para testá-los. A maioria das evidências mostra que as os alunos não aprendem melhor se seguirem apenas seu estilo de aprendizagem preferido. Existir diversas maneiras de aprender é algo positivo, mas aderir a um “tipo” exclusivo não parece ter resultados muito significativos.

Não suponha que cada estudante deva seguir o que ele prefere

Parte do problema pode ser que não nos conhecemos tão bem quanto pensamos. A forma como uma pessoa prefere aprender não é necessariamente a forma como ela aprende melhor. Para complicar ainda mais as coisas, a maneira com que um aluno aprende melhor determinado assunto, pode ser totalmente diferente quando ele aprende outro tema.

Os Estilos de Aprendizagem podem ser úteis?

Apesar de diversas críticas contrátrias, pensar em diferentes estilos de aprendizagem pode ser um benefício para os professores. Daniel Willingham, professor da Universidade de Virgínia, publicou algumas críticas sobre a ideia e sugere que este sistema ainda pode ser útil como forma de inspiração.

Sabemos que a tecnologia proporcionou uma “mistura” de estilos de ensino, e o Edudemic aponta algumas possibilidades já exploradas, incluindo algumas que abordam mais de um estilo:

Visual e Verbal – Já mostramos a ideia de Weda Bory, que descreve suas estratégias para misturar a habilidade escrita com a fotografia. Ao combinar os dois, os alunos recebem uma dose dupla de estilos de aprendizagem de uma só vez.

Visual e auditivo – Os TED Talks abordam áudio e vídeo. A biblioteca de vídeos disponíveis cresceu e é fácil utilizá-los em cursos de diferentes assuntos.

Física e social – Projetos que se concentram na construção de algo dão aos alunos a experiência de “colocar a mão na massa” além de estimular o trabalho em equipe.

Indivudual, textual e (às vezes) social – É importante também que os alunos passem algum tempo a sós, lendo, bem como os professores podem criar ideias colaborativas para usar os livros em sala de aula de forma inovadora.

Social e lógica – Debates e discussões podem auxiliar os alunos a pensar logicamente, além de fazer com que aprendam uns com os outros.

Em resumo

Os exemplos acima são apenas uma pequena parte de como estas ideias podem ser aplicadas em sala de aula, e não chegam a incuirquestões mais óbvias, como a criação de podcasts ou blogs que misturam elementos multimídia. Cada professor tem infinitas opções para misturar as diferentes formas de aprender e pensar. Enquanto cada um tratar estas ideias como inspiração – e não limitações – a prática de ensino pode ser bastante enriquecida.

 

Fonte: Edudemic

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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