A utilização de big data tem se tornado fundamental em diferentes setores, e na educação não é diferente. Tomar decisões estratégicas tendo como base dados e relatórios é uma forma de rever o processo de ensino e aprendizagem, formando os alunos não só para o mercado atual, mas também para o do futuro.
“Isso porque é fundamental que as instituições estudem os alunos, compreendam e dialoguem com os jovens, entendendo o que eles esperam de sua educação”, defendeu Fábio Reis, diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do SEMESP, no Fórum de Lideranças – Desafios da Educação 2017.
Para ele, as instituições de ensino ainda utilizam pouco os relatórios sobre tendências de ensino superior no mundo, sendo que eles dão conhecimento sobre o macroambiente da educação, colaborando para que se entendam as tendências para o futuro no setor no Brasil.
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Definir estratégias futuras passa pelo processo de responder a algumas questões que parecem simples, mas têm influenciado mudanças profundas nas salas de aula:
>> Quem serão nossos estudantes nos próximos anos?
>> Conhecemos o perfil e as expectativas dos estudantes?
>> A nossa oferta está adequada com a demanda e com a dinâmica da demografia?
>> Realizamos análise de renda familiar?
>> Quais serão as novas profissões?
Além disso, também é fundamental debater qual o papel do professor no futuro e de que forma eles estão, hoje, sendo capacitados para enfrentar as próximas turmas.
“Estamos focando na aprendizagem ou no ensino?”, questiona Fábio Reis.
A universidade do futuro
A universidade está em qualquer lugar, os espaços de aprendizagem são outros. Alguns pesquisadores já defendem que o futuro do ensino superior é mobile, ou seja, acontece por meio de dispositivos móveis, como celulares e tablets.
“Ainda assim, as escolas não estão sendo criativas, ou investem em inovação de forma fragmentada”, explica o especialista.
Para que a inovação faça parte da rotina da instituição, deve ser vivenciada de forma institucional, não somente em nível de coordenação ou reitoria. Precisa incluir o corpo docente, fazendo com que os professores entendam e colaborem com a proposta, estando a par do DNA da instituição.
Assim, algumas características demonstram o engajamento da instituição com a inovação. A universidade do futuro une:
>> interdisciplinaridade;
>> engajamento;
>> ensino mão na massa;
>> pesquisa relevante para a sociedade;
>> ensino híbrido com metodologias;
>> empreendedorismo;
>> análise via big data.
No Vale do Silício, um dos principais polos de inovação do mundo, já existem startups de educação que estão reinventando o modelo tradicional. Fábio Reis cita como exemplos Singularity University, Udacity, Minerva e 42, ressaltando que é importante analisar se esses novos modelos são desconstrução, inovação ou modismo.
Ao final, ele questiona: “nós, enquanto instituições de ensino, estamos preparados para o mundo que está por vir?”.
A palestra Radar Global foi apresentada por Fábio Reis no Fórum de Lideranças – Desafios da Educação 2017. Este e outros conteúdos estão disponíveis no site do evento.
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