Opinião

O modelo híbrido e a utilização das TICs no ensino superior

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Por Carlos Longo

As estratégias de inovação disruptiva no ensino superior deverão estar cada vez mais focadas na autonomia de aprendizado dos discentes e na capacitação de docentes para adoção e utilização do ensino híbrido e tecnologias de informação e comunicação (TICs).

O futuro da formação de qualidade dos nossos alunos acontecerá à medida em que eles desenvolverem autonomia para autoaprendizagem, utilizando TICs, e usarem os ambientes de aprendizagem presencial para atividades práticas e desenvolvimento de habilidades interpessoais, como autoconhecimento, empatia, assertividade e ética.

Dentro desse contexto, o ensino híbrido e a utilização das TICs vão influenciar mudanças no processo de aprendizagem nos próximos anos.

Softwares de inteligência artificial, como IBM/Whatson, podem – e devem – cada vez mais entrar nas universidades para apoiar o processo de ensino e aprendizagem. Com o apoio dessas ferramentas, nossos alunos ganharão uma aprendizagem autônoma fora da sala de aula, com potencial inimaginável de pesquisa, atividades interativas entre grupos e estruturação do ritmo de aprendizagem em função de suas características individuais.

Ao mesmo tempo, o corpo docente também ganhará tempo para se preparar para práticas em sala de aula e utilização de metodologias ativas e demais elementos para enriquecimento das atividades de aprendizagem.

Outra TIC que irá auxiliar nessa transformação são os softwares de realidade aumentada. Ao permitir a geração da realidade física associada à realidade virtual, essas ferramentas utilizam tecnologias computacionais para produção de objetos, simuladores e games tridimensionais usados em vários campos da indústria e comércio.

A realidade aumentada será implementada em todos os processos educacionais nos próximos três a cinco anos, principalmente nos cursos da área da Saúde, Arquitetura e Engenharias. Isso porque ela otimiza os ambientes de aprendizado, dando mais eficiência e acesso a professores e alunos no uso de ambientes virtuais 3D para experimentação e vivência de situações reais, dando também maior autonomia no processo de ensino e aprendizagem a todos os envolvidos.

Completando o trio de soluções tecnológicas para educação híbrida, temos os aplicativos móveis. Eles já dominam nossas vidas sobre o aspecto comportamental social. Hoje existem apps para quase tudo, como o da Uber para transporte urbano ou o Doctoralia, para exames médicos. E vão chegar na educação superior. A expectativa é que criem um ambiente interativo e móvel, no qual estudantes e professores poderão pesquisar, lançar desafios, editar vídeos, games, exercícios e simuladores.

Ou seja, estaremos inserindo as demais tecnologias embarcadas nos smartphones e qualquer outro IoT (Internet das Coisas) vestível para acompanhar docentes e discentes em tempo real, com objetivo de aumentar a acessibilidade e autonomia dentro do estilo de vida e ritmo de todos os participantes do processo.

Num ambiente de aprendizagem híbrida com suporte de TICs, professores se transformam em coaches que apoiam e estimulam o desenvolvimento dos discentes nos momentos síncronos e assíncronos. Alunos estimulados a aprender a aprender de forma autônoma num processo de experimentação prática, utilizando metodologias ativas, encontrando um ritmo confortável para seu estilo de aprendizagem, serão, sem dúvida, uma das disrupções mais relevante na educação superior nos próximos anos.


Sobre o autor

Carlos Longo é PhD, diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e Pró-Reitor Acadêmico da Universidade Positivo (UP).

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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