Quando era aluno da Escola Edson Figueiredo, em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, tive muitos professores que faziam um esforço enorme para manter meus colegas e eu prestando atenção na aula. Muitos, assim como eu, não conseguiam ficar 4 horas concentrados nas aulas de matemática, português, ciências… Usávamos a aula para conversar (muito), desenhar, ler e até dormir.
Nesta semana, lembrei daquela época ao ler um estudo pulicado por Arnold Glass, do Departamento de Psicologia da Rutgers University (EUA). Ele “revela” que alunos que dividem sua atenção em sala de aula com outras coisas, que não a aprendizagem, têm piores resultados nos estudos – confira o estudo em inglês aqui.
Ao contrário dos meus tempos de escola, o grande vilão não é mais a “conversa paralela”. É, sim, os dispositivos eletrônicos. Tablets, celulares e notebooks, segundo o artigo de Glass.
Leia mais: Celular em aula: saiba como inovar usando as novas mídias
O estudo sintetiza, conforme os testes feitos em aula, que o uso de tais aparelhos não reduz a capacidade de compreensão momentânea do conteúdo. Porém, os efeitos são visíveis na absorção dos conhecimentos a longo prazo, como o autor demonstra na tabela abaixo.
O artigo aprofunda ainda mais a discussão. Recomendo a leitura. Claro, Glass não fez exatamente uma descoberta, mas colocou uma visão científica no que diversos professores já acreditam.
Para mim, a parte mais interessante é imaginar o que podemos fazer para virar esse jogo e usar a tecnologia a favor.
A solução não é fácil, muitos professores ainda são adeptos do famoso “tirarei o celular de qualquer um que eu ver usando”. Mas eu sinceramente prefiro crer que há formas de utilizar a tecnologia de forma construtiva em sala de aula, principalmente com o uso de metodologias ativas. Assim, mantermos os alunos engajados no processo de ensino e aprendizado. Engajado é bem melhor do que concentrado…
Leia mais: Chatbots na educação: um novo jeito de aprender e ensinar
Originalmente publicado no LinkedIn.
Comments