Sintoma mais agudo da crise econômica brasileira, o desemprego hoje atinge cerca de 13 milhões de pessoas. A dificuldade de criação de novos postos de trabalho e alocação de recursos em diversos setores produtivos reflete no índice de jovens que procuram emprego.
No primeiro trimestre de 2017, a taxa de desocupação entre os trabalhadores de 14 a 17 anos chegou a 45,2%. Entre jovens de 18 a 24 anos, 28,4% buscavam trabalho, conforme dados do IBGE. O percentual corresponde a 4,5 milhões de pessoas.
“Os jovens são os grandes perdedores da crise do mercado de trabalho. O desemprego é sempre mais elevado entre eles, mas o ponto é que essa taxa, que já era alta, aumentou bem mais para esse grupo”, afirma o diretor do FGV Social, Marcelo Neri, em entrevista ao portal de notícias G1.
Neste cenário, é importante que as instituições de ensino pensem na inserção de seu alunos no mercado de trabalho. A empregabilidade pode ser um diferencial importante para destacar uma IES dos competidores. O índice de egressos atuando em suas áreas de formação, além de tornar a universidade conhecida entre empregadores, também aumenta a reputação entre potenciais novos alunos.
“Os rankings de melhores universidades têm considerado cada vez mais a empregabilidade”, explica Matthew Small, presidente e CEO da Symplicity, empresa americana especializada em gerenciamento de carreiras. Small, que tem as universidades de Harvard e Yale entre suas parceiras, palestrou no Brasil na última semana. No evento, realizado na sede do Sindicato das Empresas Mantenedoras do Ensino Superior (Semesp), em São Paulo, ele destacou a importância da retenção dos alunos como estratégia de empregabilidade.
“Com uma taxa de evasão próxima a 50%, as universidades brasileiras precisarão de uma estratégia sólida para manter os alunos e a competitividade”, explica. Segundo o executivo, as instituições devem basear suas ações em dados. “Esta é a premissa básica de qualquer estratégia de inserção no mercado de trabalho”. Mas como montar um plano de ação para um assunto tão complexo, que envolve fatores de ensino, geográficos e culturais?
Baseada em sua experiência no mercado, a Symplicity defende que convencer os alunos a permanecerem na instituição está amplamente relacionado aos índices de ocupação. A empresa, que no Brasil atua em parceria com o Grupo A, defende que as instituições tenham uma postura voltada para o mercado de trabalho. “Uma estratégia robusta de colocação profissional prepara o estudante para vagas melhores, e, consequentemente, os mantém na universidade”, apresenta Small. Neste ponto, a felicidade do aluno é quem comanda o seu destino acadêmico: quanto mais engajados e envolvidos com a instituição, maior a chance de terminarem a graduação.
O ecossistema da empregabilidade
Programas de fomento ao emprego existentes nas instituições brasileiras tem como ponto em comum três fatores, que formam o chamado ecossistema da empregabilidade. Estratégia, análise de dados e tecnologia montam o tripé que sustenta um ambiente favorável para a absorção dos estudantes pelas empresas.
Para facilitar o controle de dados, a Symplicity oferece soluções que integram empregadores e instituições de ensino superior e auxiliam as universidades em planejar suas ações. Baseadas em data analytics, machine learning e suporte para mobile, a empresa ajuda a desenvolver negócios em mais de 1,2 mil universidades no mundo.
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