Você já ouviu falar de design de interação? Pois essa é uma vertente da área do design cujo foco da pesquisa são as relações humanas e a forma como essas se estabelecem por meio de dispositivos interativos que funcionam como meio de comunicação interpessoal. Palavras difíceis em um primeiro momento, mas logo mata-se a charada: esses dispositivos são os tão populares smartphones, tablets, notebooks e computadores pessoais. O designer de interação trabalha desenvolvendo projetos inovadores que atendam às necessidades e aos desejos do usuário, a partir de experiências interativas que consideram suas respostas ao sistema, melhorando a relação homem-máquina. Essa descrição parece um pouco familiar, não é? Pois, guardadas as devidas proporções, o profissional da educação a distância e o designer de interação têm muito em comum ao lidarem, simultaneamente, com a tecnologia e o indivíduo, sempre buscando novas possibilidades. E a respeito dessa semelhança, o Blog da Blackboard Internacional falou sobre como um pode aprender muito com o outro.
O designer Jon Kolko, fundador do Austin Center for Design acredita que uma boa parte do trabalho do designer interativo é a criação de uma narrativa e a capacidade de imaginar o que os clientes irão sentir em sua experiência com o produto em questão. Ele fala sobre a concepção, por parte de sua empresa, do projeto do MyEdu Profile, quando seus designers se viram pensando em toda a jornada dos estudantes que iriam usar seu produto. O objetivo, segundo ele, era que os alunos, ao criarem um perfil na plataforma em busca de contatos profissionais, se sentissem confiantes e no controle da situação. A partir desse conceito, foram escolhidos os detalhes do projeto, tais como cores, tipo de linguagem utilizada e toda a sua composição.
Ainda de acordo com Kolko, esse é o mesmo tipo de processo pelo qual passa o profissional que irá planejar um curso. É preciso lembrar que, para o aluno, sua educação existe em um contexto emocional. Em posse dessa informação, é possível criar uma maior empatia com o estudante, além de proporcionar momentos mais ricos de aprendizado. Em etapas da graduação nas quais os alunos sintam-se mais vulneráveis ou até mesmo inseguros – na retomada dos estudos após muitos anos, por exemplo –, a instituição de ensino deve ser capaz de encorajá-los de forma otimista, o que impactará significativamente sua performance.
Embora a educação já se beneficie do conceito de produto interativo para exposição de conteúdo há algum tempo, a filosofia do design de interação e sua preocupação com a resposta emocional do indivíduo podem modificar realmente a forma como um curso é estruturado. As experiências, a coleta de dados e a interpretação de informações na área do design produzem modelos de serviço personalizado e mapas de jornada (gráficos orientados que descrevem a trajetória do usuário a partir de sua interação com o produto), técnicas que, de acordo com Kolko, podem ser facilmente adaptadas para a área da educação. Dessa forma, gestores e professores podem imaginar a narrativa de seus cursos de forma empática, considerando a posição do aluno sobre seu aprendizado e sendo capazes de criar um modelo de ensino compreensivo e encorajador.
O livro Design de Interação, publicado pelo Grupo A e também disponível em e-book, é uma ótima dica de leitura para gestores que estão pensando em adotar os conceitos dessa área em suas práticas. A obra é uma fonte de pesquisa sobre as habilidades interdisciplinares necessárias para compreender a interação humano-computador de forma prática. E, ainda que não se tenha em mente uma reestruturação no momento, as propostas do design de interação e as reflexões de Jon Kolko podem fazer pensar: qual a grande narrativa de seu curso? Qual é o final dessa história?
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