O que aconteceria se um computador definisse as lições de cada aula, em vez do professor? Essa pergunta começa a encontrar respostas em uma experiência que está sendo realizada na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Diversas escolas estão adotando um programa de ensino de matemática que inclui a automação de diversas tarefas, entre elas, a distribuição de atividades para cada aluno conforme seu desempenho e progresso. Os primeiros resultados são promissores.
A mudança traz novas abordagens em diversos aspectos, até mesmo no espaço. As pequenas salas foram substituídas por espaços enormes, onde até 150 alunos se acomodam em seus computadores e são divididos em grupos menores, os quais receberão o auxílio do professor. O objetivo é criar um ambiente de transparência e favorecer a colaboração, mesmo que cada grupo esteja envolvido em um conteúdo diferente. No caso da EAD, espaço nunca é problema, e as turmas podem conter ainda mais alunos. Nesse cenário, a automação por parte do computador se torna essencial, já que permite ao tutor se focar em outras questões, dando atenção aos alunos e não à avaliação de testes.
O professor continua desempenhando papel importante na educação mista
[FONTE: Teaching refugees]
Tal modalidade de Blended Learning se baseia muito na personalização do ensino: o computador, é claro, não sorteia as atividades, mas as direciona especificamente de acordo com as necessidades e habilidades dos estudantes. Uma análise de dados – que pode resultar da aplicação de testes ou mesmo de pontos em jogos online – avalia as áreas em que o aluno precisa de reforço e lhe designa mais lições para aprimorar seu aprendizado. Essa interação entre máquina e aluno é a modalidade de aprendizagem adaptativa, já que o software se molda conforme as operações do usuário. Ao professor, cabe seguir o rumo determinado pelo computador e aprofundar o conhecimento que o aluno ainda não conseguiu absorver.
A dinâmica dos grupos varia. Alguns trabalham com a orientação do professor e outros seguem instruções passo-a-passo no computador. E, mesmo em um espaço tão tecnológico, os cadernos e canetas ainda são bem-vindos, sobretudo para uma área como a matemática, repleta de cálculos e fórmulas. O professor Dmitry Vlasov, da escola nova-iorquina, conta que raramente os estudantes precisam de ajuda, muitas vezes, “só um empurrãozinho”. Esse incentivo extra, nos cursos online, pode muito bem vir na forma de vídeo, chat ou troca de e-mails.
O professor não precisa estar na sala de aula, pode estar na sala da sua casa
[FONTE: pando daily]
O banco de dados de tarefas é elaborado por uma equipe da escola, que pode criar atividades próprias ou selecioná-las de um banco maior, criando, assim, uma biblioteca em consonância com a visão da instituição. Os defensores do programa falam sobre como o sistema proporciona uma experiência individual ao estudante, que pode seguir as lições no seu próprio ritmo, sem ficar para trás no meio de uma turma mais avançada, nem perder o interesse quando está à frente dos colegas. Os críticos acreditam que mais evidências serão necessárias para justificar a adoção do método.
Em todo caso, a participação do professor parece continuar tendo um papel importante. O fator humano ainda é o responsável pela criação do banco de dados, pelo apoio na hora de tirar dúvidas e até mesmo pela sensação de familiaridade do aluno, que tem a quem recorrer pessoalmente. Por ora, o modelo blended tem se mostrado acertado. Em apenas dois anos, as escolas que adotaram a automação apresentaram uma melhoria nas notas acima da média nacional. Já é o bastante para que mais investimentos sejam feitos.
Na Universidade Western Michigan, o professor Gary Miron se mostra entusiasmado com o futuro. O especialista em avaliações, métricas e pesquisa considerou o resultado das escolas “notável” e está ansioso por novos avanços. Para ele, a educação mista é o modelo mais promissor do momento, desde que se invista em qualidade tanto quanto em ferramentas tecnológicas. Você concorda?
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