As habilidades exigidas na educação superior vão desde a capacidade de memorização até o pensamento crítico, passando por diversas nuances que permitem ao estudante absorver o conteúdo de forma reflexiva, aprendendo realmente, em vez de apenas reproduzir. No entanto, outra característica bastante exaltada na infância e em algumas graduações específicas (artes, comunicação, arquitetura), muitas vezes, é deixada em segundo plano: a criatividade. Essa capacidade, porém, pode ser muito produtiva em qualquer área, pois o aluno criativo é capaz de encontrar mais facilmente soluções para os problemas apresentados durante a sua jornada acadêmica, bem como descobrir meios distintos e estimulantes de produzir conteúdo educativo. Hoje, traremos algumas dicas e estratégias para estimular, no estudante, a criatividade e a geração de ideias.
O termo brainstorm (algo como tempestade cerebral em inglês) é muito utilizado na publicidade e se refere ao ato de, em grupo ou individualmente, deixar as ideias correrem soltas e registrá-las, sem senso crítico. O brainstorm geralmente tem um objetivo específico: a solução criativa para um problema. Essa técnica pode ser utilizada no meio acadêmico em diversas situações, tais como redação de textos, definição de objeto de pesquisa e hipóteses, criação de projetos pedagógicos e muitas outras. Algumas estratégias para realizar um bom brainstorm são:
– Escrita livre: essa técnica consiste em escrever, em um papel em branco, primeiramente o objetivo da questão (exemplo: sugerir um projeto coletivo de final de semestre para a turma) e, após, absolutamente qualquer palavra ou sentença que vier à mente. Nenhuma ideia deve ser censurada antes de chegar ao papel. Depois de finalizada a descarga de ideias, é hora de analisar aquelas palavras aparentemente sem conexão: será que a sugestão perfeita não está escondida ali? Provavelmente está.
– –Mapa mental: esse método é ideal para alunos e professores que gostam mais de trabalhar com estímulos visuais. O mapa mental é um diagrama de ideias com um nodo central, que é o começo de tudo. Escreva, no centro do papel, uma ideia principal. A partir dela, puxe outros tópicos relevantes para a sua execução ou que sejam complementares. Por exemplo, a ideia central pode ser: “propor um trabalho em grupo” e, a partir daí, surgem outros pontos a serem explorados como “divisão dos grupos?”, “homogêneo ou heterogêneo”, “ensino colaborativo” e “avaliação individual”.
– Discurso livre: para quem prefere falar a escrever, essa pode ser uma ótima opção. Para isso, é preciso de um gravador de som e um cronômetro. Estabeleça um tempo para o discurso (não precisa ser muito extenso), comece a fala pelo problema a ser solucionado e, depois, siga falando sobre o tema o máximo que conseguir até que o tempo termine. Não se preocupe em fazer sentido nesse primeiro momento, apenas diga o que vem à mente. Após, analise as ideias que surgiram.
– Associação de palavras: essa técnica é quase como a escrita livre, mas tem um fio condutor. Escreva duas ou três palavras principais, que se relacionem com a temática da questão e, a partir delas, quaisquer outras palavras que venham à mente por meio da associação, tal como a sequência: caneta – papel – escrever – criar – trabalhar. A sequência subjetiva de palavras será pessoal e intransferível, mas é possível que uma ótima solução saia daí.
– Brainstorm de perguntas: às vezes não encontramos uma resposta porque as perguntas não são adequadas. Em vez de fazer chover ideias sem restrições, uma alternativa é fazer o mesmo com questões. Respondendo-as, o problema pode ser resolvido.
– Solução em duplas: uma estratégia que pode funcionar especialmente bem com turmas de alunos é separá-los em duplas, cada um com sua tarefa, e sugerir que cada um resolva a questão do colega e não a sua. Ótimos resultados podem aparecer.
Além da geração de ideias, que pode ser estimulada pelas técnicas de brainstorm na sala de aula física ou virtual, os professores e tutores podem, ainda, dar dicas para melhorar a capacidade criativa de seus alunos. Algumas atitudes simples do dia a dia são conhecidas por despertar o pensamento criativo, eis algumas:
– ter o hábito de reconhecer imagens em padrões, nuvens, mosaicos;
– fazer coisas novas ou mudar o modo de realizar algumas tarefas;
– fazer amizade com pessoas que vivem em outros países;
– imaginar como algo foi inventado;
– pensar em coisas ditas impossíveis e, após, em como torná-las possíveis;
– tentar encontrar conexões entre pessoas, lugares e assuntos.
Ser criativo e, em suma, ter a capacidade de criar podem ser habilidades essenciais para um profissional no futuro, mesmo os que lidam com as ciências mais exatas. Afinal, em todas as carreiras, a busca por soluções é um predicado importante. Por isso, é interessante que essa habilidade seja trabalhada não apenas nas séries iniciais, mas também com os estudantes de nível superior, para que se tornem profissionais diferenciados.
E você? Utiliza métodos para estimular a criatividade? Compartilhe conosco, afinal, quanto mais ideias, melhor. E não deixe de assinar nossa newsletter para ficar sempre por dentro dos novos desafios da educação.
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