Metodologias de Ensino

Beyoncé e o exemplo da lista de reprodução aplicada ao ensino

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Atualização é uma palavra frequente no vocabulário de gestores de Instituições de Ensino Superior (IES) não só do Brasil, mas do mundo inteiro. Estar a par das novidades, no entanto, não significa se restringir ao campo de atuação. Bem pelo contrário: gestores e professores precisam estar de olho também no que acontece em outras áreas. Como bem mostra Matt Levinson, diretor da escola na Universidade Prep em Seattle, até Beyoncé pode ter algo a ensinar.

Em um post no site Edutopia, ele cita a atual rainha do pop para explicar que os MOOCs, sigla em inglês para Cursos Online Abertos e Massivos, não são a única alternativa que os gestores e professores possuem para envolver os alunos com a tecnologia ou, ainda, diversificar as modalidades de aprendizado. No lançamento do seu último álbum, Beyoncé não só mostrou que conhece bem seus fãs, como compartilhou seus conhecimentos a respeito da geração que gosta da sua música, muitos deles já na faculdade ou em vias de ingressar no ensino superior.

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Beyoncé é exemplo de celebridade que conhece bem seu público: jovens e adolescentes
FONTE: Slate

À Rolling Stone, ela explicou porque lançou suas novas músicas faixa a faixa no iTunes e disse também que compreende que seus fãs não queiram baixar todo o álbum. Em um só movimento, Beyoncé criou uma linha direta com seu público e virou a indústria fonográfica de cabeça para baixo. Mas, mais do que isso, ela abriu os olhos para uma característica dessa geração. Os alunos que chegam todos os anos às IES estão acostumados a criar suas próprias listas de reprodução, personalizar aquilo que vão consumir. E isso também vale para os vídeos de cursos e conteúdos online. Conforme explica Levinson, os alunos não precisam e nem querem todo o álbum. O que eles precisam é de peças e partes que os ajudem a realizar um objetivo ou alimentar uma paixão, um conhecimento.

Nesse sentido, o educador alerta que, para as instituições, a questão é de que forma ajudar os estudantes a fazer sua própria lista de reprodução. Aos professores, cabe a tarefa de pensar qual a melhor forma de criar um ambiente de aprendizagem que permita que isso aconteça: uma personalização com liberdade, mas que também construa um conhecimento.

Levinson inclusive afirma que uma boa forma de incentivar esse tipo de comportamento no aluno é pedindo que ele tente tirar algumas dúvidas técnicas ou tecnológicas por conta. O YouTube, muito mais do que o Google, é uma excelente ferramenta que está repleta de pequenos tutoriais. Ele mesmo afirma que experimentou esse método e que hoje recorre muito menos aos seus superiores. Uma grande vantagem desse tipo de conteúdo é que, além de gratuito, ele permite que o aluno pare o vídeo e dê replay até que tenha certeza de que entendeu o que precisava.

youtubeYouTube é ferramenta para estudantes tirarem suas dúvidas
FONTE: Mashable

Outra sugestão do educador é que os professores entreguem parte do poder de decisão e de escolha aos estudantes. Citando um experimento de Mark David Milliron, ele sugere que os professores aprendam com os alunos. Os educadores podem, por exemplo, abordar um tópico em sala de aula – virtual ou física – e deixar os alunos livres para aprenderem tudo o possível usando os recursos disponíveis e, depois, se reunir com eles para conhecer e compartilhar as ferramentas utilizadas. Segundo ele, essa é uma maneira mais rápida de reunir recursos, de descobrir aonde os alunos vão para aprender algo novo e e de classificar as ferramentas para determinar quais são mais úteis e por quê. A partir daí, o professor pode criar listas de reprodução personalizadas para unidades de estudo.

Esse mesmo tipo de experimento feito com alunos pode ser replicado com professores. O que Levinson sugere é que, no planejamento de uma unidade de estudo, os profissionais montem equipes para pensar um mesmo exercício, por exemplo, para, em seguida, comparar seus resultados com o que os alunos descobriram.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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