Uma das principais escolas de educação executiva da América Latina, a Saint Paul está se reinventando. Não que o seu modelo de negócio esteja dando errado – longe disso. Em 2017, por exemplo, a instituição sediada em São Paulo cresceu 40%. Ainda assim, diante do desafio de explorar as possibilidades das novas tecnologias, a escola já trabalha com uma nova estratégia de atração e retenção de alunos.
Reconhecida internacionalmente por programas em áreas como gestão, marketing e finanças, a Saint Paul deixou para trás os métodos clássicos de ensino. A estratégia teve início quando a instituição percebeu que até mesmo aulas e atividades participativas haviam deixado de formar alunos com expertise para enfrentar a realidade do mercado. Ao empregar tecnologias inovadoras para disponibilizar conteúdos em plataforma virtual, a escola antecipa tendências e promete lançar serviços inéditos nos próximos meses.
“Foram muitos anos pesquisando possibilidades para romper com o modelo tradicional”, avalia José Claudio Securato, diretor da Saint Paul. “Gradativamente, mudamos nossa metodologia porque percebemos que aquilo não era mais inovação”, diz Securato, que é doutor em Administração e está à frente da escola desde 2003.
LIT: aprender e ensinar
A Saint Paul já tem data marcada para dar início à era de transformações. A partir de 1º de março, estará disponível aos alunos pela internet o LIT. O serviço é nada menos que uma plataforma de conteúdo digital sob demanda, com funcionamento por assinatura. Imagine um serviço semelhante ao Spotify ou à Netflix, mas com um vasto material sobre temas pertinentes ao mundo dos negócios.
O conteúdo é extenso. Com a assinatura, o usuário poderá acessar mais de 20 mil horas de conteúdo, 1,5 mil exercícios, estudos de caso e uma biblioteca digital com mais de 7 mil livros. A plataforma oferece ainda dez cursos de MBA e materiais em texto, vídeo, podcasts e gráficos. Os cursos são iguais àqueles ofertados na modalidade presencial pela escola.
Com o LIT, a Saint Paul pretende dar fim aos padrões tradicionais de encarar os estudos. Para isso, a instituição baseia-se no modo de aprendizado ao longo da vida, o chamado de lifelong learning. É ele que demonstra como os mecanismos de aprendizagem se distribuem através de ciclos. “Quisemos romper com esse modelo, que foi muito útil no tempo de nossos pais e avós, mas hoje é estático”, afirma Securato.
A aposta é alta. Com um investimento inicial de R$ 12 milhões, a escola está disposta inclusive a perder matrículas do modo presencial – que custam cerca de dez vezes mais que a mensalidade do LIT. O esforço está fundamentado no anseio de se tornar pioneira num projeto de blended learning que funcione com sucesso.
IA na prática
O projeto LIT apresenta o Paul, um assistente virtual que será utilizado no sistema IBM Watson para ensinar sobre negócios. A ferramenta de inteligência artificial (IA) irá facilitar os processos de andragogia – a ciência de orientar adultos – e de assimilação do conteúdo por parte dos alunos. Com a interação, Paul poderá de sugerir trilhas de aprendizagem personalizadas, elencando o que é essencial para o conhecimento de cada pessoa.
Confira a entrevista completa com José Cláudio Securato aqui.
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