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Políticas públicas como fundamento de transformação

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Penso que a discussão para realmente transformarmos o nosso modelo educacional tem que ser muito mais profunda e abrangente. Tem sido uma reflexão recorrente, considerando o momento de necessidades urgentes do mercado.

É preciso haver direcionamento e metas, ou seja, precisamos de políticas públicas que direcionem essa transformação. Essas ações são essenciais para o desenvolvimento da sociedade, sendo um conjunto de leis que regulamentam e servem como diretrizes adotadas pelo governo para resolver problemas públicos e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. A implementação eficaz de políticas públicas exige planejamento, recursos e, principalmente, um conhecimento profundo das necessidades e realidades da população, visando promover justiça social e equidade.

Ao focarmos na área educacional, as políticas públicas desempenham um papel essencial para garantir acesso universal e igualitário ao ensino de qualidade.

Elas são responsáveis por estabelecer currículos, definir padrões avaliativos, nortear a formação de professores e possibilitar aos dirigentes e gestores cuidarem da saúde das instituições ao elaborar programas focados na sustentabilidade institucional. Importante salientar ainda a importância de políticas públicas de inclusão. Sim, é preciso olhar para grupos historicamente marginalizados, como comunidades rurais, minorias étnicas e pessoas com necessidades especiais, promovendo a equidade educacional.

CBESP no debate sobre políticas públicas

A inovação no campo da educação, a inclusão digital, a promoção de competências socioemocionais, adaptação às tecnologias e as novas formas de trabalho, precisam ser reformuladas. E o último CBESP (Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular), que aconteceu em Mogi das Cruzes nos dias 05, 06 e 07 de junho de 2024, trouxe o tema “Políticas Públicas Educacionais: Soluções Criativas e Inovadoras para um novo Brasil”

Segundo Karina Tomelin, co-founder da B42, as soluções para um novo Brasil, tema do XVI CEBESP, perpassam pela mobilização coletiva e exigem a interconexão das instituições de ensino com o setor produtivo e governos. O futuro, exige que todas as vozes sejam ouvidas, inclusive a dos estudantes. Para que o Ensino Superior se mantenha relevante para os jovens, precisa de mudanças ágeis que garantam o desenvolvimento de competências globais e os apoiem em suas dores urgentes. Alternativas que garantam acesso e permanência a uma formação democrática e de qualidade e ampliem sua visão de mundo para além das fronteiras locais. 

Vemos que esse processo é extremamente relevante neste momento, quando passamos por mudanças significativas no processo educacional. De tudo que vi e ouvi no CBESP, e trocando ideias com colegas educadores que lá também estavam, trago alguns destaques:

  • conexão entre ensino básico e ensino superior
  • cursos técnicos profissionalizantes
  • empregabilidade

Veja mais sobre a cobertura do CBESP 2024

Conexão entre ensino básico e ensino superior

Uma fala me chamou particularmente a atenção: “Educação Básica e Educação Superior estão totalmente desintegradas hoje e o mundo nunca foi tão imprevisível. O que estamos fazendo enquanto educadores quando temos o número altíssimo de alunos que evadem, metas desconexas, e uma regulação ultrapassada?”, questionamento levantado por Elizabeth Guedes, Vice-Presidente da ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares).

Que desafio!

O Novo Ensino médio, instituído pela Lei nº 13.415/2017, flexibiliza o currículo, combinando com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) obrigatória e itinerários formativos opcionais em áreas como linguagens, matemática, ciências, humanas e formação técnica. Assim, é possível tornar o ensino mais relevante e atrativo, direcionando melhor os alunos para a área profissional escolhida e para o mercado de trabalho. Sugiro essa leitura sobre o Novo Ensino Médio: As propostas do MEC para o Novo Ensino Médio. Entrevista com Ângela Chagas

Como eu penso esse modelo? Vejo que se houver a integração entre a trilha formativa, área profissional de opção do aluno, com o ensino superior, é possível trabalhar um portfólio do estudante e conectar com o mercado de trabalho. Dessa forma, estamos falando em empregabilidade.

Onde entra a empregabilidade?

É preciso regulação, metas, objetivos formativos claros, ou seja, políticas públicas bem definidas. E tudo se conecta, pois quando pensamos numa educação integrada, o foco é um egresso com competências desenvolvidas na sua área possibilitando seu ingresso no mercado de trabalho.

Entendo que a grande dificuldade está em engajamento. Como engajar o estudante no ensino superior?

É preciso remodelar, retrabalhar e enxugar matrizes. Menos tempo no ensino superior, entretanto, mais foco no uso de tecnologia, currículos por projetos, aplicação de conceitos na prática e proximidade com os desafios reais no âmbito profissional.

Assim, as matrizes podem potencializar o conhecimento, trabalhar no desenvolvimento das Habilidades, e olhar para as Atitudes (CHA, do livro: 10 Novas Competências para Ensinar, Phillipe Perrenoud).

Será que ao trabalharmos dessa forma em um ensino superior já integrado ao ensino médio e ao técnico profissionalizante, precisamos mesmo de matrizes tão conteudistas e com uma carga horária tão extensa? Eu, sinceramente acredito que, hoje já podemos ter melhores resultados com menos carga horária e mais uso de tecnologia e aplicabilidade de conceitos na prática.

Com isso podemos conectar a extensão curricularizada nesta reflexão. A Resolução n.07 de 18 de dezembro de 2018, do Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, que quando bem trabalhada, possibilita um currículo enxuto, com uma carga horária menor, para que os estudantes, possam realmente, aplicar na prática e conectados com projetos e problemas reais, os conceitos estudados.

A tecnologia como suporte

Importante ressaltar a importância de utilizar uma ferramenta de suporte para estas atividades, é o caso do GPA (Gestão de Projeto Acadêmico) da Plataforma A. A ferramenta é um ótimo exemplo de como conectar os projetos aos desafios de mercado de trabalho, com mentores dando suporte ao projeto e que registra de forma clara as evidências dessa prática. Ainda gera o portfólio do aluno, do docente e da instituição de ensino.

Em resumo, estamos falando aqui em integrar o ensino básico com o superior, focar em áreas que conectem diretamente com o mercado de trabalho, ter um currículo mais enxuto, com uso de ferramentas tecnológicas que deem suporte ao processo ensino-aprendizagem e registrem as atividades, gerando o portfólio do aluno. Assim, conectamos com o mercado de trabalho e promovemos empregabilidade.

Sim, estamos falando em uma aprendizagem com propósito, direcionando o processo formativo a empregabilidade do egresso. Isso é qualidade de vida na educação!

Nosso desafio, enquanto gestores e educadores? Fazer isso acontecer….

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