Uma educação a distância de qualidade deve levar em consideração diferentes aspectos. Um deles é a apresentação da jornada de estudo – o que se dá por meio de uma metodologia modelada e alinhada com as características e aos valores institucionais, segundo a gerente acadêmica de EAD na Plataforma A, Daiana Rocha.
“Também faz parte dessa composição fatores relacionados à equipe multidisciplinar”, afirma a especialista. Rocha participou na última quarta-feira (20) do painel “Qualidade dos Programas EaD”, promovido durante o 16° Seminário Nacional da ABED (Senaed).
Além dela, também participaram da live a professora Monica Py, coordenadora do núcleo de produção de conteúdo dos cursos EAD da Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos), e Ricardo Coelho, que é gestor comercial acadêmico na DTCOM.
O perfil do aluno EaD
Segundo a professora da Unisinos, um dos maiores problemas das instituições de ensino superior (IES) é não conhecer o seu público-alvo. “Existe, atualmente, uma falta de compatibilidade entre o perfil do aluno EaD e os cursos escolhidos por eles”, afirma.
Muitas vezes, instituições de ensino superior se veem diante de índices consideráveis de evasão. Não conhecer a fundo o público-alvo fragiliza qualquer negócio, e o mesmo vale para a área da educação. “Se a IES não sabe quais são os objetivos, rotinas e características dos seus alunos, dificilmente eles permanecerão no curso EAD”, esclarece Py.
Cada aluno tem suas singularidades e as instituições precisam estar atentas a isso. Existem alunos que não possuem computador, outros não têm uma boa internet e há aqueles que trabalham ou moram em outra cidade. “São questões que a gente se depara no dia a dia e que precisamos pensar em soluções”, diz a professora Py.
Apesar da dificuldade de falta de acessibilidade de alguns alunos, a tecnologia está a favor da educação. “Para oferecer uma experiência de aprendizagem de qualidade, a IES pode recorrer a diferentes estratégias”, garantiu a docente durante o Senaed.
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Objetos educacionais
“O conteúdo é a espinha dorsal de toda a produção de um curso EaD”, afirma Ricardo Coelho. No entanto, segundo o gestor comercial acadêmico da DTCOM, existem objetos educacionais capazes de tornar a aprendizagem EaD mais completa e de qualidade.
De acordo com Coelho, a produção de conteúdo precisa passar por todo o objetivo a ser atendido pela instituição de ensino. “Depois da elaboração de um plano de ensino, a IES precisa elaborar objetos educacionais que dialogam com o perfil da instituição”, explica.
Ou seja, as IES precisam mapear as necessidades em relação a educação a distância. Tudo depende do quão consolidado está este sistema de aprendizagem na instituição e o quanto é necessário começar do zero esta operação.
Durante o evento, Coelho diz que as IES não podem oferecer conteúdo sempre nos mesmos formatos. “Alterar o modo como o aluno interage com as informações é um muito importante e gera engajamento”, diz. Afinal, muitos podem preferir um game, um podcast ou mesmo uma experiência imersiva com vídeo 360° para aprender.
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Metodologias
“Para que a jornada do aluno seja completa, ela precisa de uma experiência imersiva, significativa, colaborativa e humana”, afirma Daiana Rocha.
Segundo a gerente acadêmica, o aluno precisa vivenciar o uso de conteúdos diferenciados como 3D, vídeos 360, laboratórios virtuais que possibilitam essa imersão realista (o mais próximo do real), o que pode garantir uma retenção de aprendizagem muito maior.
“Metodologias precisam ser pensadas de maneiras diferentes para graduação, pós, extensão”, diz a gerente acadêmica de EAD na Plataforma A. “E, economicamente falando, precisam fazer sentido para a IES.”
Outro ponto importante é que se não houver uma implantação de todas as ferramentas e recursos e da própria modelagem pedagógica com o corpo docente, as chances do programa ter sucesso e qualidade podem ficar comprometidos.
No entanto, de acordo com Rocha, se esses recursos e ferramentas não passarem por um processo de curadoria por parte dos docentes, os indicadores de qualidade podem ficar comprometidos. Outra coisa que pode prejudicar a excelência do programa de EaD é não oferecer aos professores a oportunidade de customizar a trilha de aprendizagem com seus respectivos conteúdos ao perfil de seus alunos.
Daiana Rocha ainda disse que, o que faz um programa de EaD ter qualidade, é uma equipe multidisciplinar alinhada com as demais áreas da instituição. “É ter um corpo docente e de tutores engajados e preparados a utilizar o arsenal tecnológico, de conteúdo e dados”. E, principalmente, ter uma gestão que busque melhoria, inovação e impulsione a IES para o crescimento.
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