Destacar experiências e abordagens híbridas no ensino-aprendizagem na EAD. Esse foi o eixo central da 25º Congresso Internacional Abed de Educação a Distância (Ciaed), promovido entre os dias 20 e 24 de outubro na cidade mineira de Poços de Caldas (MG).
A iniciativa da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e organizações parceiras teve a participação de 2 mil pessoas – de professores a gestores, de representantes de instituições de ensino superior (IES) aos de empresas do segmento educacional.
No primeiro dia do 25º Ciaed, o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi, afirmou que a educação a distância (EAD) não foi feita para reproduzir vagas e matrículas em excesso, mas para atender a demanda dos novos postos de emprego e atrair perspectivas econômicas positivas para o Brasil.
“A EAD tem que ser um projeto para salvar o país, não pode ser um projeto alternativo”, disse Curi no evento da Abed.
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Tanto na plenária de abertura quanto nas demais atividades, como palestras, apresentações de trabalhos científicos e workshops, os participantes enfatizaram a importância das tecnologias educacionais.
“O que defendemos é a qualidade de ensino – e a tecnologia, quando bem utilizada, proporciona essa qualidade”, disse Vinicius Dias, CEO da Algetec, em uma mesa redonda sobre realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial aplicada à educação.
No mesmo encontro, realizado no dia 22 de outubro, Mauro Gebran compartilhou experiências bem-sucedidas de aprendizagem com o uso de laboratórios virtuais da UniFaccamp, o Centro Universitário Campo Limpo Paulista, do interior de São Paulo.
Segundo ele, que é coordenador de cursos EAD da instituição, os laboratórios melhoraram “de modo consistente” os índices de aprovação. “Para nós, foi motivo de grande satisfação.”
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Já o diretor de EAD do Grupo Ser Educacional, Enzo Moreira, salientou que as resistências à aplicação da tecnologia no ensino estão diminuindo e que os recursos tecnológicos representam um “divisor de águas” nos processos de credenciamento do MEC.
Moreira observou, no entanto, que é necessário aliar a alta tecnologia com o fator humano. “Não adianta mostrar uma parafernália de recursos tecnológicos se não capacitar o professor de forma continuada. Desse modo, poderemos fazer com que o docente consiga instigar os colegas e os alunos no uso das ferramentas”, afirmou.
NA mesma linha, o coordenador das disciplinas online do Grupo Cruzeiro do Sul, Hugo Fernandes, fez um alerta: apesar de qualificar e otimizar o tempo de aprendizagem, a utilização de chatbots (robôs de conversação) não substitui a ação dos tutores.
“É um tempo ganho à medida que conseguimos desafogar os tutores, que ficam mais disponíveis para dar orientações de cunho pedagógico aos alunos, enquanto os robôs cuidam das questões técnicas, estruturais e burocráticas”, afirmou Fernandes no 25º Ciaed.
Na Cruzeiro do Sul, os chatbots foram usados em duas disciplinas online de nivelamento, Matemática e Língua Portuguesa, que contam com 15 mil alunos alocados. Em 2020, a utilização dos robôs será ampliada para disciplinas como as de estágio para Licenciatura, com média de 30 mil estudantes.
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Neste ano, o Ciaed apresentou algumas novidades, como o EAD Talks, espaço destinado à discussão de ideias originais, além de iniciativas capazes de qualificar ainda mais a educação a distância.
A programação contou ainda com lançamento de livros e do Censo EAD.BR 2019, que mostra um avanço do ensino híbrido no Brasil. O relatório é anual e traz informações sobre a educação a distância no país, com dados sobre distribuição geográfica, número de alunos e tipos de cursos e de instituições.
Cabe destacar que o 25º Ciaed teve cobertura especial do portal Desafios da Educação e suas redes sociais – no Facebook, no Instagram e no Linkedin.
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