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Entrevista: José Cláudio Securato e o modelo onlearning

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A partir de março, a Saint Paul Escola de Negócios oferecerá ao mercado uma plataforma de ensino com inteligência artificial IBM Watson. Batizado de LIT, o sistema pode ser acessado por aplicativo para celular, tablet ou desktop, funcionando em um modelo de assinatura mensal nos moldes da Netflix. CEO da Saint Paul e doutor em Administração, José Cláudio Securato detalha, na entrevista a seguir, como funciona o conceito de onlearning, que combina e-learning, vídeos e biblioteca online para aprendizagem em micromomentos. Confira:

O que levou a Saint Paul a procurar novas formas de promover uma educação disruptiva?
Começamos a observar o modo de aprendizado ao longo da vida, aquilo que se chama de lifelong learning. Percebemos que o padrão é ter idade para estudar e idade para trabalhar – como se o cérebro ativasse o modo on para graduação e, depois que acaba, vira off. Aí o aluno resolve fazer um curso e o modo on é novamente ativado; e assim ele intercala esses modos ao longo da vida adulta, fazendo um lifelong learning estático. Então decidimos romper radicalmente com esse modelo.

De que maneira essa ruptura foi possível?
A Saint Paul acreditou que isso não poderia mais existir. Desenvolvemos uma metodologia de blended learning em que se tenha um mindset de aprendizado sempre on – ou seja, não existem mais esses intervalos. Dessa forma, o aluno está sempre aberto ao aprendizado. Chamamos esse conceito de onlearning. É claro que se o modo on está sempre ativado teríamos que aprender para sempre e fazer isso no ritmo da graduação seria extremamente cansativo. Por isso, buscamos uma aprendizagem em micromomentos, em que ele pode aprender em curtos espaços de tempos, como quando toma café da manhã ou quando faz uma viagem de Uber para o trabalho.

José Cláudio Securato fala sobre inovação e ensino disruptivo

Que diferenciais que o aluno deve experienciar no processo de aprendizagem?
O estudante terá um aprendizado mais fluido e fracionado. O micromomento é utilizado durante insights de querer aprender. Então ele pode usar o seu momento ‘quero aprender’, que é geralmente muito rápido, para estudar rapidamente um tema que será debatido numa reunião enquanto se desloca para essa reunião, por exemplo.

Quanto ao LIT, existe um perfil de aluno esperado ou todos podem utilizar a plataforma?
O usuário não precisa ter um perfil específico. O LIT tem uma base muito sofisticada de aprendizagem, mas também uma flexibilidade grande, que permite democratizar a educação executiva de qualidade. O conteúdo serve para diversas áreas, tanto para o criador de uma startup como para a formação de todos os níveis de funcionários em grandes corporações. O LIT foi construído para democratizar a educação.

No LIT, o aluno tem acesso a cursos que custam 10% do valor da modalidade presencial. Digamos que parte dos alunos migrasse para a plataforma virtual, a instituição não sairia perdendo?
Assim que nós anunciamos o LIT recebemos um e-mail de cancelamento de um curso que vale R$ 50 mil. O motivo: o aluno queria assinar o novo serviço. A ideia é romper com o nosso próprio modelo de mercado, e nós não temos medo disso. É realmente uma nova atuação, diferente, e que faz parte do processo de disrupção. O conforto é que essa mudança não é à vista. Existem perfis diferentes de alunos e oferecemos excelência tanto no presencial quanto no online. Pensamos que, se alguém vai romper com o modelo atual, que sejamos nós.

Tendo em vista esse novo modelo de negócio, você acredita que a educação no futuro vai deixar de existir da forma como a conhecemos hoje?
O método de estudo de caso, que ainda é muito utilizado, está longe de ser novo. Ele foi criado na Universidade de Harvard em 1920, isso é algo que já funcionou – mas hoje não funciona mais. A educação do futuro deve ajudar o aluno a resolver problemas na sua vida prática, seja na empresa, na startup ou na criação de um novo negócio. Tudo para que ele tire os planos do papel. Agora vamos para o método da experiência, em que eu paro de fazer simulações e concretizo o que aprendi. Nesse sentido, acho que o blended learning é o formato ideal.

A Saint Paul é a primeira instituição brasileira a utilizar inteligência artificial para sugerir trilhas de aprendizagem?
Existem algumas iniciativas, mas todas utilizam inteligência artificial de forma muito simples. No nível de aplicação que nós temos, a Saint Paul é a primeira, e não só no Brasil. A IBM arrisca dizer que somos pioneiros no mundo, dado o nível de sofisticação.

Em termos gerais, qual a meta de crescimento da instituição a partir da chegada do LIT?
Em 2017, dobramos o número de matrículas em pós-graduações lato sensu. Para os padrões atuais isso não é pouco. Para 2018, sem considerar o LIT, nossas metas incluem crescimento de 45% de receita. Pretendemos chegar a esse resultado com a implementação de novos programas, com mais matrículas nos cursos e, principalmente, nos MBAs. Com relação ao LIT, a meta é terminar o ano com 50 mil licenças vendidas. Uma meta ousada, se considerarmos que se trata de uma plataforma que sequer está em operação.

Confira matéria completa sobre a Saint Paul e o LIT aqui.

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