Os paradigmas da educação estão mudando e o grande desafio de gestores e educadores é pensar além da transmissão de conhecimento tradicional. O Diretor da Fábrica de Conhecimento Estácio, Roberto Paes de Carvalho Ramos, que foi um dos palestrantes do Fórum Desafios da Educação, fala em entrevista ao blog sobre a necessidade de um novo olhar sobre a educação.
Na Fábrica de Conhecimento, o principal objetivo é aliar tecnologia e metodologia. Os aplicativos criados estabelecem novas e melhores rotas de aprendizagem, extrapolando o papel de auxiliares do ensino tradicional. Para isso, Ramos lidera uma equipe multidisciplinar que produz conteúdo interativo multiplafaforma e multifinalidade, com ênfase na arquitetura didática de cursos, programas, ferramentas e aplicativos educacionais para dispositivos móveis.
Qual é o maior desafio que a educação enfrenta hoje?
O grande desafio hoje é passar de uma expertise em ensino para uma expertise em aprendizagem. Em outras palavras, a educação tradicional tinha como pressuposto a oferta de conhecimento ao aluno, já que este não teria acesso a tal conhecimento fora dos limites das instituições de ensino. Essa barreira não existe mais, hoje o aluno busca pertinência, aplicabilidade, usabilidade, discussão, troca de experiências, entre outras necessidades.
Você acredita que a utilização da tecnologia potencializa a aprendizagem? Por quê?
Sim, se utilizada de forma planejada e sistemática, caso contrário servirá apenas como pirotecnia disfarçada de “inovação”.
Conte o que é a Fábrica do Conhecimento e como surgiu esta iniciativa.
A Fábrica de Conhecimento surgiu como proposta de se estabelecer um braço tecnológico para o ensino na Estácio. Mais do que pensar exclusivamente em novas tecnologias aplicadas à educação, ou de produzir conteúdos virtualizados, o principal compromisso é o de estabelecer novas metodologias suportadas por ferramentas tecnológicas.
Quais os resultados da utilização dos aplicativos com os alunos da Estácio?
Os aplicativos desenvolvidos na Fábrica são disponibilizados gratuitamente nas lojas de aplicativos. Nem todos os aplicativos necessariamente possuem vínculo direto com um ou outro curso/disciplina, salvo em casos específicos. Os resultados são excelentes, haja vista estarem voltados para educação superior (o que não é comum) e já terem ultrapassado a marca de 150.000 instalações, além de obterem excelentes feedbacks nos comentários de usuários.
Quais as iniciativas que as universidades precisam tomar para dar uma experiência de aprendizagem mais completa aos estudantes?
Entender definitivamente que a sala de aula não é mais o único espaço de aprendizagem e, principalmente, entender que o papel do professor não pode mais ser o de transmissor de conhecimento. Tendo esses dois balizadores como pilares será inevitável uma nova postura entre instituição, professores e alunos.
O que gestores e educadores devem ter em mente quando pensam em se utilizar da tecnologia para fins educativos?
Que não se deixem levar por modismos ou “revoluções” que a tecnologia, por si só, poderia trazer. Se nossa maneira de ensinar mudou pouquíssimo em relação ao que se faz há 2000 anos, não será uma lousa digital, ou um computador em cada carteira, por exemplo, que irá “revolucionar” a educação.
Confira a apresentação de Roberto Paes e outras palestras do Fórum Desafios da Educação no nosso SlideShare:
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