Nós somos o que gastamos nosso tempo fazendo. O adulto médio gasta hoje mais de 20 horas online semanalmente. Quase um terço desse tempo é dedicado a sites de redes sociais, sendo que o Facebook ocupa 50 minutos de cada dia. Isso corresponde a mais tempo do que investimento lendo, praticando exercícios ou socializando. É quase tanto tempo quanto as pessoas passam comendo e bebendo (cerca de 1,07 horas).
Os adolescentes acumulam ainda mais tempo com a tecnologia: são gastas nove horas diárias com mídias digitais. Isso mostra que as crianças vivem no mundo da tecnologia 24 horas, 7 dias por semana, e que isso está moldando cada aspecto de sua vida.
Saber de que forma a tecnologia impacta os nossos cérebros – e os dos estudantes – nos permite utilizá-la de forma mais positiva, consciente e a favor da educação nas salas de aula.
O perfil dos estudantes está mudando. Sua instituição tem acompanhado a evolução dos alunos não-tradicionais?
1. Atenção
A mídia digital nos encoraja a focar em várias tarefas, porque é como acontece a navegação: alternando várias atividades em várias janelas no seu browser ou em múltiplos dispositivos. Isso afeta negativamente o aprendizado.
Se um aluno está estudando enquando assiste TV, a informação pode ir para a parte errada do cérebro em vez de ir para o hipocampo – responsável pelo armazenamento a longo prazo do conhecimento. Isso significa que ficará guardada superficialmente, não sendo possível a rápida recuperação no futuro.
Além disso, ficar interrompendo os estudos com outras tarefas também afeta a aprendizagem. Em longo prazo, influencia a forma como pensamos, ficando difícil sustentar a atenção em algo por muito tempo, o que desestimula o pensamento reflexivo.
2. Memória
À medida que se usa a internet para expandir a memória, torna-se mais dependente dela para lembrar as respostas. Quanto mais informações se tem acesso por meio de celulares e outros dispositivos, menos incomoda o esquecimento.
Existem formas de conhecimentos que exigem a posse de grandes quantidades de conhecimento e a capacidade de usar com rapidez e flexibilidade que a informação. É pouco provável de serem alcançados quando são armazenados externamente. Por isso, a tecnologia deve ser utilizada como um complemento, não como um substituto da memória.
3. Metaconsciência
Alguns estudos sugerem que o uso pesado de tecnologia conduz a uma perda de controle cognitivo – não apenas uma perda de atenção, mas uma diminuição da capacidade de controlar nossa mente e aquilo que pensamos.
Quanto mais você se aclimatar à tecnologia e ao fluxo constante de informação que vem através dele, menos capaz de descobrir em que é importante se concentrar você se torna. Sua mente é atraída para o novo, não para o importante.
Por tudo isso, uma das funções da instituição e dos professores que querem colaborar com a conscientização dos estudantes sobre o uso excessivo da tecnologia é estimular o debate sobre sua consequência e os impactos que promove nas funções vitais para o aprendizado.
[…] Fonte: https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/3-maneiras-como-uso-excessivo-da-tecnologia-impacta-cerebro/ […]