O termo inovação disruptiva, ou tecnologia disruptiva, é utilizado para definir o dispositivo ou o serviço que surge para simplificar ou revolucionar outro já existente. Por exemplo, a fotografia digital, em comparação com a analógica, é uma tecnologia disruptiva, assim como o telefone em relação ao telégrafo e a televisão surgindo após o cinema. Muitas vezes, essa inovação torna o produto mais acessível às massas. Na educação superior, um grande exemplo desse tipo de inovação é o surgimento dos MOOCs (Massive Online Open Courses, ou cursos abertos e massivos online), que mudaram as perspectivas do ensino. O professor de administração da Escola de Negócios de Harvard Clayton Christensen enumerou três pontos importantes a serem considerados a respeito da inovação disruptiva no ensino superior. Confira:
O LED é um dos maiores exemplos de inovação disruptiva, conceito que está passando a iluminar também a área da educação.
Fonte: Brian Solis
#1 A inovação combate a falta de consumo
Uma força disruptiva, como uma instituição que promove cursos abertos, é teoricamente capaz de gerar grandes efeitos porque oferece um produto para pessoas que não estão sendo servidas pelo core business (área central de um negócio, definida pela estratégia da empresa dentro do mercado). Ou seja, o púbico que não consumia tal serviço antes, passa a ser um de seus públicos-alvo. De acordo com Cristensen, esse é um método que está sendo bem utilizado pela educação superior, pois muitos modelos estão se voltando para o adulto já inserido no mercado de trabalho, possibilitando que ele estude a seu tempo e conveniência. Para ele, é importante que as instituições de ensino superior continuem utilizando esse conceito a seu favor, mirando na parcela da população que não é contemplada pelo serviço tradicional.
#2 A inovação foca em um novo público-alvo e em um novo conceito
Como dito anteriormente, o foco da inovação disruptiva não é o core business que, no caso da educação superior, são os jovens recém-saídos do ensino médio e que irão se dirigir a universidades. Os primeiros MOOCs trouxeram consigo inovação, pois introduziram a ideia de um curso com a mesma qualidade de uma instituição tradicional sendo oferecido global e gratuitamente. Apesar de utilizarem recursos humanos provenientes de instituições físicas – os professores -, os MOOCs não vendem o conceito do acesso a essas pessoas dentro da instituição de ensino, mas, sim, a ideia do acesso mais fácil ao conhecimento. Ou seja, a tecnologia promove não apenas uma maior acessibilidade a um serviço, como uma reformulação do próprio serviço.
A inovação disruptiva procura públicos fora do core business, como os adultos que já trabalham e querem retomar os estudos.
FONTE: Evollution
#3 A inovação exige modularidade
Na tecnologia da informação, o termo modularidade é utilizado quando um software é dividido em diversas partes que operam separadamente para formar o todo, tornando-o mais eficiente e de mais fácil manutenção. Essa ideia deve ser utilizada pela instituição que busca utilizar tecnologias disruptivas: é preciso ter a habilidade de se rearranjar e usar suas diversas peças conforme a necessidade. Para exemplificar, Cristensen traz o conceito de “multiversity” (algo como multiversidade), que propõe que os alunos sejam capazes de utilizar currículo, professores e outras fontes de conhecimentos oriundos de diversas universidades, criando sua própria educação.
Outro exemplo de modularidade são os nanodegrees (nanograduações), que são cursos mais curtos, flexíveis e precisos, voltados a estudantes que querem certificações específicas, em vez de grandes graduações. Para o especialista, os currículos tradicionais sempre terão público, mas é importante que as instituições estejam aptas a oferecer, também, uma variedade maior para quem quer ter opções. A adaptação ao aluno do futuro é uma questão de sobrevivência na área da educação.
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