Criados pelo psiquiatra Carl Jung em 1921, os termos introvertido e extrovertido passaram a ser usados comumente e servem para designar diferentes personalidades: aqueles voltados a seu universo interior, geralmente mais calados e contemplativos, e aqueles com maior facilidade para externar suas ideias e emoções, frequentemente mais sociáveis e confiantes. Ao longo de diferentes momentos da história, um ou outro perfil foi mais valorizado. Até pouco tempo atrás, vivíamos uma época que, por valorizar o empreendedorismo, o reconhecimento e a liderança, beneficiava os extrovertidos. Ultimamente, porém, os introvertidos ganharam uma poderosa arma a seu favor: a tecnologia.
Uma pessoa introvertida nem sempre vai se sentir confortável em se expor ao falar
[FONTE: Suits and Shots]
Os novos canais virtuais de comunicação servem melhor aos introvertidos: eles podem se expressar por escrito, muitas vezes sem expor o rosto ou sem o risco de gaguejar enquanto falam, ganham tempo para refletir sobre o que vão dizer, eliminando a pressão do “calor da hora” e ainda ganham um intermediário para as interações sociais. Tudo isso pode ser de grande valia nas salas de aula, contribuindo com a inserção dos introvertidos no grande grupo e facilitando sua participação nas disciplinas.
O primeiro passo é garantir que as interações menos ortodoxas também sejam parte da avaliação dos alunos. O professor precisa determinar que não vai considerar apenas as manifestações orais durante a aula ou as apresentações dos trabalhos na frente do grande grupo: ele deve se comprometer a pesar na balança a atuação na esfera virtual. Entre as opções estão a criação de blogs, participação em debates em fóruns online, postagens em redes sociais relacionadas ao conteúdo da aula (que podem ser identificadas com o uso de uma hashtag, por exemplo), e muitas outras alternativas inovadoras. O importante é incluir estes espaços não físicos na avaliação da contribuição do estudante.
Às vezes os introvertidos só querem fazer sua atividade sem interagir com ninguém
[FONTE: Desirousofeverythingallatonce]
Mesmo a instituição pode fazer uso da tecnologia para melhor integrar os introvertidos. Criar um sistema para receber mensagens de texto por celular seria um excelente convite ao feedback do corpo discente. Se houver os recursos necessários, a universidade pode criar seu próprio aplicativo, permitindo a comunicação imediata entre instituição e aluno. Garantir a existência de diferentes canais de interação é essencial para fazer com que todos, não apenas os introvertidos, se sintam incluídos. Lembre-se de que a personalização é palavra de ouro nos novos tempos da educação.
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