A educação a distância (EAD) terá mais matrículas do que o ensino presencial até 2023. A previsão é do estudo Um ano do Decreto EAD – O impacto da educação a distância na expansão do ensino superior brasileiro, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) em conjunto com a Educa Insights.
A projeção, divulgada na terça-feira, 22 de maio, considera os dados deste ano. No primeiro semestre de 2018, o crescimento do EAD no ensino privado foi de 16% – foram 132 mil matrículas. Se o ritmo for mantido, no acumulado dos próximos cinco anos serão 2,27 milhões de novos alunos na educação a distância, o correspondente a 51% do total, enquanto os cursos presenciais receberão 1,99 milhão de estudantes.
“É uma boa notícia, significa a ampliação do acesso ao ensino superior”, disse Celso Niskier, vice-presidente da ABMES, ao jornal O Globo. “Determinadas faixas da população que não tinham essa oportunidade, seja porque são mais velhos e não queriam voltar a estudar da forma tradicional, ou porque são trabalhadores que não têm disponibilidade de voltar a ser aluno por tempo integral, agora voltaram a estudar.”
Os dados da ABMES convergem com os do último Censo da Educação Superior, divulgados no ano passado pelo Ministério da Educação (MEC), que já apontavam um crescimento do EAD. Segundo o levantamento, só em 2016 as instituições privadas totalizaram 818 mil ingressantes. Isso significa 33% das matrículas, ante 20% em 2010.
O crescimento do EAD: as matrículas no ambiente privado
Segundo os dirigentes da ABMES, o crescimento do EAD corresponde ao declínio nos contratos do Fies, que financiavam a entrada no ensino presencial. Além disso, até 2023 haverá um amadurecimento das mudanças impostas pelo marco regulatório decretado no ano passado. O documento impôs que os cursos EAD tenham presencialidade mínima de 30% na carga horária das aulas.
“A resistência à modalidade EAD praticamente se desfaz quando o estudante tem conhecimento de que a parte prática do curso é oferecida de modo presencial”, analisou Janguiê Diniz, diretor presidente da ABMES, em entrevista ao site da entidade.
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Ainda segundo a pesquisa da ABMES – que ouviu 1.012 pessoas de todas as regiões do país, com interesse em cursar o ensino superior ou que estão na universidade –, os jovens são os que mais preferem a modalidade presencial (53% têm até 30 anos). Dentre os que preferem o EAD, 67% têm mais de 30 anos.
Quando os entrevistados são informados de que o curso oferece toda a parte prática de maneira presencial, a aprovação aumenta: 93% dos participantes ingressariam na modalidade EAD se a parte prática do conteúdo fosse ministrada presencialmente. Os outros 7% acham que os cursos a distância ainda não são bem avaliados no mercado, além de temerem a falta de suporte online da universidade.
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