Metodologias de Ensino

8 estratégias para uma sala de aula inovadora

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Um dos desafios da educação é o de formar sujeitos criativos, críticos e colaborativos, capazes de trabalhar em grupo e de solucionar problemas. Para o sucesso nessa trilha, o aprendizado ativo é essencial. Quem garante são os professores Fausto Camargo, coordenador do curso de Administração da Uniamérica, de Foz do Iguaçu (PR), e Thuinie Daros, head de metodologias ativas e cursos híbridos da Unicesumar, de Maringá (PR). Eles são autores de A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo, livro lançado este ano pela Editoria Penso. Na obra, Camargo e Thuine indicam 43 métodos, processos e recursos práticos para fomentar o aprendizado ativo em sala de aula. Separamos oito dessas estratégias e suas principais competências. Confira:

1. Atividade de contrato de aprendizagem: desenvolver a capacidade de cooperação e socialização e a autonomia do aluno.

Ao ingressar no ensino superior, é preciso que o aluno compreenda o seu papel, o do professor e o da instituição. No ensino ativo, essa compreensão se torna ainda mais importante: o engajamento do aluno em relação às novas aprendizagens é essencial para ampliar sua autonomia na tomada de decisões. Tanto ele quanto o professor se responsabilizam pelo processo de ensino-aprendizagem. O docente não deve apenas apresentar, mas situar o aluno no plano de aula. Esse “contrato” tem tido bons resultados na distribuição de responsabilidades, tomada de decisões e a empatia do aluno.

2. Análise de todos os fatores ou ideias: gerenciamento e troca de informações, trabalho em equipe, reflexão e resolução de problemas e tomada de decisão.

Esta estratégia tem como propósito incentivar os alunos a pensarem sobre os fatores ou ideias relevantes acerca de um tema, problema ou assunto. O professor promove o debate visando um planejamento. Os alunos podem listar ideias em grupos e depois aperfeiçoá-las em turma, no esquema de giro colaborativo (leia a estratégia 7).

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3. Aplicabilidade de um conceito por representação visual com envolvimento de estudo de caso ou unidade de aprendizagem: articulação entre a teoria e a prática com problemas reais.

Trata-se da possibilidade de transformar o estudo conceitual em atividades práticas e ativas. Funciona da seguinte maneira: o professor dá dois textos aos alunos – um com conceitos e ideias, o outro com um case. Os estudantes, então, devem fazer relações entre o conteúdo teórico e o caso relatado. Depois, os alunos apresentam os resultados – seja por explanação, representação visual, storytelling ou outro formato.

4. Aplicativos na educação: expandir as possibilidades de ensino-aprendizagem.

Eles estão em alta, são muitos e com funcionalidades variadas. Sim, os apps podem ser utilizados como recurso pedagógico. Contudo, seu uso precisa ser crítico, criativo e adequado aos conteúdos necessários. Entre os aplicativos destacados pelos autores estão Storyboard, Pixton, Meograph, UTellStory, Piktochart e Pictovia. Essa abordagem pode ser utilizada junto a outras, como storytelling, estudo de caso ou aprendizagem baseada em problemas.

Leia mais: 4 maneiras para usar a tecnologia no processo de ensino e aprendizagem

5. Aprendizagem em espiral: ampliação de conceitos, estudo colaborativo e associação de ideias.

A aprendizagem em espiral é pensada para conteúdos complexos e que exigem um maior grau de sistematização, compreensão e criticidade. O aluno amplia seus horizontes analíticos, inclusive por ter espaço para registrar e expressar suas ideias. O professor pode solicitar a leitura de um texto e disponibilizar uma ficha com questionamentos. Depois de responder as questões, os alunos se reúnem em pares ou grupos para comparar, debater e discutir os pontos de vista. No final, o grupo apresenta suas ideias para toda a turma.

6. Design thinking de curta duração: comunicação, liderança e desenvolvimento de ideias.

O design thinking é uma estratégia criativa e prática, focada no trabalho colaborativo, onde se conhece com mais profundidade as necessidades dos outros e, consequentemente, cria-se soluções inovadoras. É uma estratégia dividida em quatro partes: entrevistas, interpretação dos resultados, solução dos problemas e apresentação da solução.

7. Giro colaborativo: trabalho em equipe e reflexão e tomada de decisão.

Esta é uma estratégia para a coleta de ideias que, no fim, vão gerar uma lista concisa de respostas sobre um tema específico. Os discentes trabalham em pequenos grupos. Um transmite ao outro suas as propostas. À medida que o giro acontece, as ideias são aperfeiçoadas.

8. Team-based learning: desenvolvimento das habilidades interpessoais, argumentação, trabalho em equipe, autonomia, senso crítico e autodidatismo.

O team-based learning é uma estratégia de abordagem ativa, que se baseia no construtivismo –o aluno construindo a aprendizagem por si mesmo. O método, dividido em três partes (preparação, garantia de preparo e aplicação de conceitos), envolve o gerenciamento de equipes, a realização de tarefas de preparação e aplicação conceitual, além do feedback e da avaliação entre os membros. Na preparação, o aluno estuda previamente (em formato pré-aula) os conteúdos sugeridos pelo professor. Em sala de aula, na etapa garantia de preparo, a turma é dividida em grupos para discutir os conceitos. Na última fase, aplicação de conceitos, o grupo deve chegar a um consenso e tomar uma decisão conjunta para solucionar o caso. É importante que os alunos façam registros das etapas ao longo do processo.

Leia mais: Glossário: as metodologias inovadoras para a educação superior

Ficha técnica

Título: A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo
Autores: Fausto Camargo e Thuinie Daros
Editora: Penso
Ano: 2018
Nº de páginas: 144
Preço médio: R$ 48

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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