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Gestores devem investir em novos modelos de ensino

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A modalidade de ensino a distância só cresce no Brasil. Embora ainda tenha uma participação modesta entre as modalidades de ensino superior, representando 7,4% em 2015, o sistema apresentou um crescimento de 3,9% no número de alunos matriculados no mesmo ano. Em igual período, o aumento de matrículas em cursos presenciais foi de 2,3%.

Entretanto, ainda há um desafio significativo: manter a motivação dos alunos num modelo que não exige assiduidade diária – o que causa um choque cultural em muitos alunos, acostumados a uma postura pouco ativa em sala de aula. O Censo EAD.br, levantamento realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), registrou que 40% das instituições que ofereceram cursos regulamentados totalmente a distância apresentaram uma evasão de 26% a 50%. Embora preocupante, houve melhora: em 2010, a taxa de abandono na modalidade chegava a 59%.

O quadro reflete não apenas algumas das mudanças tomadas pelo governo, que reduziram programas de bolsas e o crédito estudantil, como o FIES, mas a falta de identificação do aluno com o sistema de ensino. Em geral, o público que procura os cursos a distância tem, em média, 30 anos. Não se pode ignorar o fato de que esta geração é conectada, familiarizada com ferramentas digitais e busca não apenas um ambiente de aprendizado, mas de engajamento.

Uma alternativa utilizada por instituições que a visam manter o aluno em sala de aula é o ensino por projeto, que considera a interdisciplinaridade para criar objetivos coletivos. Desta forma, o aluno passa a se envolver com o processo criativo das aulas, criando um “produto final” que gere reconhecimento ao seu esforço. O consórcio de IES STHEM Brasil, por exemplo, criou uma rede de cooperação para realizar estas inovações.

Aposta no ensino híbrido

Se não pensarmos em uma cultura da inovação de forma sistêmica, as universidades do exterior serão nossas concorrentes, especialmente nas carreiras não regulamentadas. O formato dos cursos oferecidos pelas IES estrangeiras é o de curso livre. Isto é: o aluno compõe sua formação acumulando certificados em suas áreas de interesse, sem estar atrelado a uma graduação específica.

Por mais alto que possa parecer o investimento em inovação, tanto em quadro profissional qualificado quanto em sistemas tecnológicos de alta performance, é possível encontrar soluções onde menos se espera. Parcerias entre instituições de ensino são cada vez mais comuns e demonstram amadurecimento do setor. Isso significa que temos que parar de pensar em concorrência e pensar em parceria. O conteúdo passa pelo aval de profissionais de ambas entidades, com divisão de custos e a ampliação de público alvo, que podem se tornar alunos efetivos.

O ensino híbrido se posiciona como uma das principais mudanças para o ensino no século 21. Com oferta de conteúdo presencial e online, além de cursos focados em áreas de competência, o hibridismo atende às novas demandas do mercado, que exige especializações cada vez mais específicas. O aluno que optar por essa formação precisa encontrar na IES o ambiente propício para seu desenvolvimento. O professor será um coach, um mentor que orienta o aprendizado, uma pessoa que ajudará os estudantes a elaborarem seus projetos e seus objetivos de aprendizado.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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