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Artigo sugere que pessoas “intelectualmente arrogantes” tem melhores notas

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Estudantes

Colleen Flaherty

A modéstia é uma virtude, certo? Talvez não, pelo menos quando se trata de acadêmicos. Um novo estudo sugere que a arrogância intelectual está ligada a melhores notas.

O Journal of Research in Personality afirma que os alunos com maior “arrogância intelectual”, ou uma visão exagerada de suas habilidades, conseguem melhores notas individuais. Entretanto, estes não se saíram tão bem quando avaliados por seus colegas.

Benjamin R. Meagher, um dos autores e um professor visitante assistente de psicologia na Faculdade Franklin & Marshall, disse que suas descobertas têm implicações na forma como os alunos são avaliados.

Uma parte do estudo sugere que na autoavaliação, os “arrogantes” tiveram um melhor desempenho em atividades individuais, disse Meagher. “Mas em trabalhos em grupo, os colegas avaliaram de forma mais positiva os alunos mais humildes”.

No primeiro teste, estudantes que acabaram de conhecer participaram de tarefas em grupo que exigiam pensamento criativo e habilidades intelectuais, considerando suas forças e fraquezas – e em todas poderiam revelar suas características “arrogantes” ou “humildes”.

Nesta fase, 135 estudantes foram divididos em grupos de três a cinco. Eles passaram cerca de 45 minutos juntos trabalhando com um problema teórico em que tinham que imaginar que eles tinham dedos extras. Eles também discutiram as suas forças e fraquezas.

O segundo estudo fez perguntas a grupos de estudantes matriculados em um curso universitário, utilizando um método de aprendizagem em equipe para formar um consenso sobre a humildade intelectual dos membros da equipe. Mais de cem alunos de graduação de uma turma de psicologia trabalharam juntos por um semestre, em grupos de quatro a seis estudantes, fazendo atividades individuais e conjuntas. Ao final do prazo, todos realizaram testes individuais e, em seguida, deram seu feedback sobre os trabalhos dos colegas.

Em ambos os estudos, cada aluno preencheu um questionário sobre a personalidade de cada membro, incluindo a si mesmo. Os alunos avaliaram sua própria humildade intelectual e de seus pares com base em critérios como: estar aberto a críticas e possuir consciência de suas forças e fraquezas. Eles também avaliaram a arrogância intelectual de cada um, com base em “não serem abertos a sugestões” ou acreditar na superioridade das próprias idéias.

Traços de personalidade relacionadas com arrogância intelectual, de acordo com a classificação de grupo, foram “dominantes”, “extrovertidos” e “querer ser o centro das atenções”.

Os grupo avaliadores chegaram a um concenso significativo sobre os grupos: a humildade e a  arrogância são difíceis de detectar, a menos que haja oportunidades para a interação. Os alunos não tinham conhecimento de como os outros os viam, em ambos os casos.

“Os alunos que viam-se como arrogantes, na verdade, tinham as melhores notas, enquanto os que se viam como humildes, não – mas isso parece estar relacionado com ter uma visão positiva de si mesmo”, diz Meagher.

E completa:

“É mais provável que os alunos que obtêm melhores notas estão mais conscientes desse fato, e eles, portanto, acreditam que suas ideias são as melhores do grupo”.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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